João Dummar Neto discursa sobre a importância do agronegócio. FOTO ALEX GOMES |
Os
seis anos consecutivos de crise hídrica estão cobrando um preço muito alto do
setor no Ceará. Embora o volume de chuvas esteja melhor neste ano e o Estado
seja o terceiro maior exportador de frutas do Nordeste, o tamanho de área
plantada reduziu drasticamente.
Hoje,
as principais empresas cearenses, a Agrícola Famosa e Itaueira, tiveram que
migrar suas plantações de melão para outros estados do Nordeste e de três anos
para cá mais de 3.500 postos de trabalho foram fechados. E a produção de camarão
caiu para quase metade, de acordo com a Associação Cearense de Criadores de
Camarão (AACC).
Enquanto
isso, as obras de transposição do rio São Francisco, previstas para serem
concluídas ainda neste ano, foram adiadas para o próximo semestre em função de
um vazamento na última estação de bombeamento do Eixo Norte, o canal que leva
água até o Ceará.
O
preço deste recurso ainda é uma incógnita e uma grande questão a ser enfrentada
pelo setor produtivo. Mesmo assim, Barcelos está otimista. "A água mais
cara sempre vai ser a que não se tem", afirmou Barcelos, ressaltando que
os avanços obtidos em governança e equipamentos logísticos no Estado, por outro
lado, têm aberto vantagens competitivas ao setor.
A
opinião é compartilhada pelo presidente do Conselho Administrativo da Itaueira
e diretor da Fiec, Carlos Prado, que reforça a necessidade de se pensar também
em alternativas para além da transposição, como reúso e dessalinização da água
do mar. "E o Estado está saindo na frente com este edital que será
lançado".
Os
investimentos em melhoria de produtividade e tecnologia por parte das empresas
também são essenciais para melhorar o convívio com a seca. O presidente da
Betânia Lácteos, Bruno Girão, diz que nos últimos sete anos, a produção de
leite cresceu 25%. "Isso mostra que alguma coisa aconteceu e foi a melhora
da produtividade". (O Povo)
Postar um comentário