FOTO: Alex Pimentel
Mesmo após a forte expansão nos últimos anos, o segmento de geração distribuída no Ceará deve manter a tendência de crescimento na casa dos dois dígitos nos próximos anos. Neste ano, até novembro, o número de unidades com geração fotovoltaica instaladas no Estado já é 44% superior ao de todo ano de 2017, quando o crescimento já havia sido de 98% em relação ao ano anterior.

Além do aumento da eficiência dos sistemas de mini e microgeração, a redução dos preços dos equipamentos e dos custos de instalação deverão fomentar ainda mais o setor. E, neste cenário, o Ceará se destaca, em relação a outros estados, pelo elevado índice médio anual de radiação solar. Hoje, o Ceará é líder no Nordeste no setor, e o sexto estado brasileiro com a maior potência instalada e o oitavo em número de unidades geradoras.

Para se ter uma ideia da evolução do segmento, de 2013 até 2017 foram instaladas no Estado 719 unidades geradoras de energia solar, com 12,6 megawatts (MW) de capacidade instalada, e apenas neste ano, foram adicionadas 556 unidades geradoras, com 8,0 MW de capacidade. A capacidade instalada de janeiro a novembro já é 37% à adicionada no ano passado. No País, o segmento é liderado por Minas Gerais, com 8,5 mil unidades e 102,7 MW de potência.

Embora a maior parte dos sistemas em operação, 71,2%, seja da classe "residencial" (909 unidades geradoras), o segmento "comercial", com 284 unidades, responde por 44% da potência instalada de geração distribuída no Estado, com 9,13 MW, enquanto o residencial dispõe de 5,20 MW. As outras unidades estão distribuídas nas classes "industrial" (33 unidades, e 5,22 MW), "poder público" (21 unidades e 0,96 MW), e "rural" (28 unidades e 0,23 MW).

Crescimento
Duarte diz que o crescimento para a empresa, que atua no mercado local desde 2015, tem sido exponencial. "Cada vez mais pessoas vão tomando conhecimento da possibilidade de instalação de placas solares, com um custo viável", diz.

De acordo com o executivo, o valor do investimento na aquisição das placas caiu bastante. "Há cerca de dois anos, fechávamos um negócio entre três e quatro meses. Hoje, fechamos de três a cinco negócios por mês", diz.

Ele diz ainda que a grande maioria dos investimentos é feita com recursos próprios.

Investimento
Mas para garantir o avanço da geração de energia fotovoltaica, que requer um investimento inicial considerável, a continuidade das linhas de financiamento serão fundamentais, como defende Jurandir Picanço, consultor de Energia da Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e presidente da Câmara Setorial de Energias Renováveis do Estado.

Picanço, no entanto, destacou o trabalho realizado pelo Banco do Nordeste (BNB), com a linha de crédito FNE Sol, do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Em 2018, até novembro, foram contratadas 36 operações no Ceará pelo FNE SOL, segundo o BNB, somando R$ 5,4 milhões. O dado representa alta de 159,0% no valor e 97,2% na quantidade.

"As coisas evoluíram mais rápido no Estado pelo apoio dado a todo o sistema de energia solar, pelo BNB, pela Fiec e pela Câmara Setorial", diz Picanço. "Mas esse desenvolvimento é no País todo, porque mesmo com um investimento inicial a partir de R$ 20 mil, você tem custos menores do que pelas tarifas das concessionárias", completa.

Por avanços tecnológicos e elevado nível de potencial no Nordeste, geração de energia solar domiciliar ou empresarial ganha força no Estado e número de unidades já é 44% maior em 2018 do que em 2017. Dados são da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).       (Diário do Nordeste)

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