O plantio de arroz irrigado nas várzeas do Açude Orós (o segundo maior do Ceará) ocorre no segundo semestre a partir de julho e a colheita é feita em novembro e dezembro. FOTO: Honório Barbosa |
O
nível do Orós é de apenas 6,5%. As águas ficaram distantes das tradicionais
áreas de cultivo. Resultado: dificuldades para manter a produção da
rizicultura. "Já fomos uma das áreas de maior produção de arroz irrigado
no Ceará, nas várzeas do Orós e do Rio Jaguaribe, mas a atividade enfrenta
séria crise", pontuou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de
Iguatu, Evanilson Saraiva.
O
plantio de arroz irrigado nas várzeas do Açude Orós (o segundo maior do Ceará)
ocorre no segundo semestre (a partir de julho) e a colheita é feita em novembro
e dezembro. A construção do reservatório foi concluída no início da década de
1960, mas foi nos anos de 1970 a 1990 que houve uma expansão do plantio, em
áreas localizadas em Iguatu e Quixelô. A atividade gerou trabalho e renda na
região.
Já
no século atual, a cultura do arroz foi mantida, mas sofreu revés em decorrência
do elevado custo de produção e queda no preço, inviabilizando na maioria das
vezes a continuidade do cultivo, além dos sucessivos anos de estiagem,
provocando perda de reserva de água. A escassez dificulta o cultivo de arroz
irrigado.
O
Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu estima que uma área de 300
hectares, que foi cultivada em 2013, quando o Orós acumulava cerca de 45%,
reduziu-se para cerca de 60 hectares nos anos seguintes. A produção esperada
para esta safra é de apenas 300 toneladas do grão.
Nas
roças não há máquinas, são reduzidos os produtores que estão trabalhando e o
verde do arrozal ficou limitado. "As águas estão muito distantes",
disse o agricultor, Marconi Chagas da Silva. "Neste ano, praticamente
ninguém plantou nas várzeas do Orós".
Redução
Na
bacia do açude Lima Campos, que acumula 7% de sua capacidade, Edmilson de
Souza, vazanteiro desde 1958, desafiou a regra e plantou no primeiro semestre,
no período da quadra chuvosa, mas as precipitações foram reduzidas e não houve
inundação da cultura. "Tivemos sorte porque o cultivo deve ser feito
somente após o inverno".
(Diário do Nordeste)
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