Macho da espécie soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni).
A ave é endêmica do Ceará e ocorre, principalmente, na região do
Cariri/Floresta do Araripe. Estado de conservação:
"em perigo crítico". FOTO: Fabio Nunes - Aquasis
Guaiamum, soldadinho-do-Araripe, tatu-bola, papagaio-verdadeiro... O que teriam de comum estas espécies de animais? Infelizmente, um traço preocupante. Os quatro bichos, além de ocorrerem em biomas do Ceará, estão numa escala de vulnerabilidade para a sobrevivência. Caso seus estados de conservação na natureza não sejam revistos, poderão desaparecer do convívio no planeta.

O primeiro passo para reverter a situação preocupante é reconhecer, oficialmente, que estes e outros animais que ainda habitam o território cearense estão por um triz. Com alguns anos de atraso, a Secretaria do Meio Ambiente do Ceará (Sema), está elaborando a Lista Vermelha da Fauna do Ceará. Inicialmente, será avaliada a situação de 1.500 a 2 mil espécies de vertebrados.

Os trabalhos, segundo a bióloga Flávia Prado, orientadora da Célula de Política de Fauna e Flora da Sema, foram iniciados em setembro deste ano. Ela explica que, com a Lei complementar 140/2011, os estados ficaram responsáveis pela elaboração das listas regionais. No Nordeste, apenas Pernambuco e Bahia fizeram o dever de casa.

A Lista Vermelha, explica Flávia Prado, é um instrumento político voltado para a conservação das espécies ameaçadas. Surge a partir do Plano Estratégico sobre Biodiversidade 2011/2020, da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), que o Brasil é signatário.

O documento, organizado em cinco objetivos e 20 metas (Metas de Aichi), prevê que "até 2020, a extinção de espécies ameaçadas terá sido evitada e sua situação de conservação, em especial daquelas sofrendo maior declínio, terá sido melhorada".

Para Flávia Prado, coordenadora executiva da pesquisa, a sistematização da situação de vulnerabilidade da fauna local é um diagnóstico inicial para se conhecer o status "das nossas espécies e construir medidas de conservação". Os bichos da lista vermelha estadual serão incluídas nos planos de ação nacional.

É preciso correr contra o tempo dado o avanço na destruição dos habitats no litoral, na serra e no sertão do Semiárido. No Ceará, inicialmente, serão investigados os cinco grupos de vertebrados: mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes.

A expectativa é que, em dois anos, o levantamento de vertebrados esteja pronto e publicado.Depois, a pesquisa seguirá para invertebrados e para a flora do Ceará.

Ciência
Todas as espécies de animais que ocorrem no Ceará, excluindo domésticas e exóticas, serão investigadas. A metodologia científica para avaliar o status de conservação é a de categorização da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN).     (O Povo)

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