Tasso Jereissati. FOTO: JÚLIO CAESAR |
A
eleição para a presidência do Senado é apenas em fevereiro do ano que vem, mas
as negociações ganharam ritmo acelerado na última semana. Nessa briga, o nome
do senador Tasso Jereissati (PSDB) se fortaleceu.
O
tucano lidera hoje as articulações para uma candidatura de oposição à de Simone
Tebet (MDB-MS). Antes cotado para a disputa, o ex-presidente do Congresso Renan
Calheiros (MDB-AL) desistiu de sua postulação para apoiar a correligionária.
Pelas
redes sociais, o presidente nacional da sigla, senador Romero Jucá, disse que o
"MDB será a maior bancada do Senado e vamos trabalhar para fazer o próximo
presidente da Casa".
O
ex-governador do Ceará conta com simpatia inclusive dentro do PDT de Cid Gomes,
que conquistou cadeira no Senado em 2018. A terceira vaga será ocupada por
Eduardo Girão (Pros), aliado do empresário.
A
reportagem apurou
que, para apoiadores e mesmo adversários, o tucano teria perfil ideal para
suceder o também cearense Eunício Oliveira (MDB) na cadeira de presidente. O
emedebista, que não se reelegeu, deixa o comando da Casa em janeiro.
"Tasso
tem duas coisas que vão contar muito ano que vem: um passado limpo e o peso da
experiência", disse uma fonte à reportagem.
"Ele
é um nome de independência", acrescentou o presidente do PSDB no Ceará, o
ex-prefeito de Jaguaribara Francini Guedes. De acordo com o dirigente, o fato
de o senador haver liderado o partido "em direção a uma autocrítica"
também o cacifa para a corrida presidencial.
Guedes
se refere à pressão que Tasso fez, quando presidiu interinamente a legenda,
para que o PSDB reconhecesse os próprios erros, entre os quais ele inclui a aliança
com o governo de Michel Temer (MDB).
Para
o deputado federal Danilo Forte (PSDB), a candidatura de Tasso tem viabilidade
caso o tucano consiga "atingir um caráter suprapartidário",
apresentando-se como um nome que reúne as melhores condições de presidir o
Legislativo. Nessa hipótese, afirma o parlamentar, "Tasso teria
chances".
Embora
negue que o assunto seja tratado dentro da sigla - o partido tem reunião amanhã
para discutir os cenários nacional e local -, o deputado estadual Carlos Matos
(PSDB) reconhece que "a candidatura de Tasso seria boa para o
Brasil". Segundo ele, porém, "isso é decisão pessoal do
senador".
Outro
ponto que pode favorecer a candidatura de Tasso é a postura adotada por Eunício
desde a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). O ex-ministro tem demonstrado
independência em relação ao militar, que tenta viabilizar uma candidatura mais
flexível à agenda do novo governo, cujo principal item é a reforma da
Previdência.
Nesta
semana, Eunício contrariou interesses de Bolsonaro por duas vezes: a primeira,
ao autorizar a presença de jornalistas em sessão conjunta da Câmara e Senado,
na terça-feira, 6, durante solenidade de homenagem aos 30 anos da Constituição.
Um
dia depois de o superministro da Economia Paulo Guedes afirmar que o Congresso
precisaria de uma "prensa" para votar a Previdência ainda neste ano,
o emedebista colocou em pauta o reajuste de 16,4% nos salários dos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF).
A
medida, levada à votação por iniciativa de Eunício, produz um efeito cascata
nos vencimentos do funcionalismo, o que deve criar dificuldades para Bolsonaro.
No Congresso, o gesto foi interpretado como uma resposta do senador
ao futuro governo.
PSDB
PSDB
adiou ontem reunião que teria para analisar cenário nacional após as eleições.
Governador eleito de São Paulo, João Doria almoçou com a bancada tucana em
Brasília. (O Povo)
Postar um comentário