Pedalar é uma atividade saudável e econômica, além de ser uma necessidade para muitos trabalhadores urbanos. Mas a maioria das cidades do interior não oferece vias seguras para os ciclistas que são obrigados a disputar espaços comuns entre motos, carros e caminhões. Os dois maiores centros urbanos, Sobral, na Zona Norte, e Juazeiro do Norte, no Sul do Estado, são os que dispõem de mais vias, mas ainda há necessidade de expansão.

Em Sobral, a implantação de ciclovias começou em 2006. Atualmente, são 23,5 km de malha cicloviária, com três importantes rotas: na Rua Caetano Figueiredo, que interliga os bairros Cohab e Sinhá Saboia; na Avenida Senador Fernandes Távora, que dá acesso ao Centro; e entre os bairros Parque Silvana I e II, Santo Antônio e Dom Expedito.

Outra ciclovia segue ao lado do trajeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e do trem de carga, margeando a ferrovia, que corta boa parte da cidade. A coordenadora de desenvolvimento urbano da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), Alana Figueiredo, reconhece que ainda é reduzida a rede de ciclovias para o tamanho da cidade.

“A proposta descrita no novo Plano de Mobilidade Urbana, já em execução, é ampliar a cobertura em mais 29 km de ciclovias, alcançando o total de 52,5 km”, pontuou Alana.

Para o autônomo, Antônio Souza, é necessário ampliar as vias exclusivas para os ciclistas. “Uso a bicicleta todos os dias e será uma vantagem para mim e outros se ocorrer essa expansão”, disse.

Cariri
No Cariri cearense, está sendo iniciado um processo de ampliação de ciclovias e de ciclofaixas, que começou há apenas dois anos. Nas ruas de Juazeiro do Norte, é cada vez mais comum o uso de ‘bike’ por lazer ou necessidade.

Uma das principais ciclovias está no trecho urbano da CE-060, entre Juazeiro do Norte e a cidade de Barbalha. Outra se estende em direção à cidade do Crato, na CE-292. A mais recente liga o Anel Viário ao Aeroporto. A cidade dispõe de quatro ciclofaixas. “A realidade atual já agrada os ciclistas, mas ainda há muito o que fazer”, observou o ativista João Almeida. As obras somente saíram do papel após mobilizações organizadas por grupos de ciclistas.

Sertão Central
Em Quixeramobim, no Sertão Central, só há 6 Km de ciclovia na CE-060 que dá acesso ao distrito industrial, implantada há mais de uma década. Em Quixadá, são apenas 500 metros na Av. Dr. Antônio Moreira Magalhães. Quem resolver pedalar para ir ao trabalho ou mesmo por lazer não encontra muita opção. É preciso usar as mesmas vias dos carros e motos.

São poucos os que decidem usar bicicleta em Quixadá e Quixeramobim. O movimento só aumenta à noite, quando moradores se reúnem para passeios em grupo. “A maioria prefere o transporte motorizado e a ciclovia que dá acesso ao distrito industrial é pouca usada”, observa o diretor operacional da Autarquia Municipal de Trânsito, Fernando Ivo de Souza. “No início, os operários usavam bicicletas que foram substituídas por motos”.

As prefeituras das duas cidades acenam para projetos estruturantes, que incluem ciclovias como opções de deslocamento para a população. Juntas, Quixadá e Quixeramobim poderão ter implantados mais de 20 km de ciclovias.

Centro-Sul
Em Iguatu, cidade polo da região Centro-Sul, só há ciclovias em dois trechos da CE- 060, que totalizam cerca de 8 km, nas vias de acesso à cidade. A recente reconstrução da CE-375 entre Iguatu e Jucás dispõe de um trecho cicloviário de 3km, que será interligado ao da Avenida Perimetral.

A ciclovia da Avenida é a mais usada pelos moradores iguatuenses. A maior movimentação ocorre no início e fim do expediente comercial. Operários de uma indústria de calçados e centenas de outros trabalhadores trafegam pela via. O meio-fio de proteção está danificado em vários pontos. A Secretaria de Infraestrutura de Iguatu disse aguardar um projeto do governo do Estado para melhoria da avenida Perimetral, com nova sinalização.

Nos últimos dois anos, aumentou a formação de grupos que fazem passeios ciclísticos. Os adeptos reclamam da falta de vias exclusivas, de proteção. “Infelizmente, temos poucos trechos de ciclovias”, lamentou o comerciário Luís Gomes. De acordo com ele, “é preciso arriscar nas ruas e nas estradas”.      (Diário do Nordeste)

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