Agricultores podem usar smartphone para controlar irrigação
Um projeto em parceria entre os cursos de Sistemas de Informação e Zootecnia do IFCE do município do Crato está desenvolvendo um sistema automatizado de irrigação, o SmartIrrigation. A iniciativa é coordenada pelo professor Robson Feitosa e deve permitir que os produtores rurais gerenciem facilmente a tarefa, controlando, por exemplo, tempo e horários em que os irrigadores ficam ligados.

Já há no mercado opções de softwares que automatizam a irrigação, mas, segundo Feitosa, eles não são intuitivos, o que dificulta a vida de quem não tem muita prática com tecnologia. O objetivo é que os agricultores possam ligar e desligar os irrigadores com apenas um clique, o que não acontece hoje. Outro diferencial é que o sistema permite o gerenciamento remoto, ou seja, o agricultor poderia controlar de casa a irrigação no campo. "Um dos grandes objetivos é facilitar o uso do sistema, porque a gente notou que a usabilidade é um empecilho para o agricultor", explica Feitosa.

O SmartIrrigation tem três módulos: um sistema web, um sistema mobile e o sistema de controle dos equipamentos. Com a tecnologia atual do projeto, usando o arduíno e um smartphone, para gerenciar de casa o equipamento e agendar facilmente os horários de funcionamento, o agricultor precisaria que um celular com acesso à internet estivesse implantado no campo. Já o gerenciamento no próprio local poderia ser feito sem necessidade de uma conexão com a internet. O objetivo de Feitosa agora é atualizar hardware e software do projeto para permitir novas funcionalidades e simplificar sua arquitetura.

Segundo o professor Erllens Éder Silva, também envolvido na pesquisa, a agricultura irrigada hoje é o setor que mais desperdiça água, com valores próximos a 50%. "A automatização poderá tornar o sistema estratégico e sustentável, devido o uso dos recursos mais equilibradamente, evitando perdas", explica ele. Há também outras vantagens, como reduzir o tempo gasto pelos produtores na hora de operar o sistema de irrigação e tornar o trabalho mais eficiente e menos árduo.

A ideia é que o sistema permita que o agricultor faça agendamentos ilimitados de por quanto tempo os irrigadores ficarão ligados e possa, dessa forma, controlar a eficiência da irrigação, de acordo com a necessidade de água de cada cultura, e até economizar energia elétrica. Tudo isso utilizando tecnologia de baixo custo e que pode ser configurada pelo produtor de forma intuitiva. O SmartIrrigation já funciona em laboratório, mas ainda precisa passar por testes em campo.

Para Feitosa, que desenvolve outros projetos semelhantes, essa é apenas uma das formas de inovação na área: "A tecnologia em si traz infinitas possibilidades. A beleza da tecnologia é conseguir diminuir o esforço e aumentar a eficiência, reduzir custos e até diminuir o lixo".

Além de Feitosa e Silva, participam do projeto os professores Manuel Navarro e Gauberto Barros, da área de Ciências Agrárias, e o estudante Ivan Josiel, do curso de Sistemas de Informação. Já participaram, no início do desenvolvimento, os alunos Tiago Leonel e Raí Moreira, também do bacharelado em SI. Os professores publicaram, recentemente, um artigo sobre o projeto na revista Irriga, da Unesp.

Post a Comment