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Quem
precisou fazer pesquisas de passagens áreas recentemente para Brasília, um dos
destinos mais buscados e também um HUB de conexão de voos da companhia, se
deparou com diversos voos com cancelamentos programados, além redução no número
de voos atuais.
Em
Juazeiro do Norte por exemplo, único terminal do interior do Nordeste que
atualmente recebe voos para a capital federal, a rota que era diária agora
funciona com operações de 3 a 5 frequências por semana. No entanto, a Avianca
garante que continuará operando normalmente no terminal caririense, com os
demais destinos sem alterações.
Como
então como ficam os clientes lesados com os cancelamentos? Será possível ter
restituição? Ainda dá para comprar passagens? O cliente deve se preocupar?
Quais os riscos? Alguns especialista e economistas se reuniram para responder
estas questões, veja algumas possibilidades.
A Avianca pode falir ou ser vendida?
Com
o pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça, a Avianca precisa
apresentar um plano de resgate, que deverá ser votado pelos credores em até 180
dias, de acordo com Fabiana Solano, sócia do departamento de reestruturação do
Felsberg Advogados.
Se
o plano for rejeitado, é decretada falência da empresa. Se aprovado, a
recuperação judicial segue por mais dois anos, segundo a especialista. Já com a
publicação da Medida Provisória que libera que empresas estrangeiras detenham
até 100% do capital de companhias aéreas brasileiras, o caminho ficou aberto
para que grupos de fora possam comprar a Avianca, mesmo sob a recuperação
judicial.
Nesse
caso, a empresa compradora pegaria somente a “parte boa” da Avianca, o
que exclui as dívidas. “Poderia ser feito um acordo com as empresas de leasing para
manter os aviões e ela continuar as operações como “se nada tivesse
acontecido”.
Devo esperar para comprar passagens?
A
empresa até o momento garante que todas as operações ocorrerão normalmente
dentro do previsto, com cancelamentos programados e com voos disponíveis
durante todo o ano. Quem pagou ou está pagando em prestações para viajar pela
Avianca em 2019 tem a opção de cancelar a passagem. No entanto, o consumidor
poderá pagar uma multa pela desistência dependendo do tipo de passagem
adquirida, segundo Sérgio Tannuri, advogado especializado em direito do
consumidor.
No
caso de passagens básicas ou promocionais, que são mais baratas, pode ser que
não haja nenhum reembolso. Para tarifas superiores (aquelas que dão mais
direitos e comodidades ao consumidor), pode haver devolução integral do valor
pago.
Tannuri
afirmou que a Avianca tem condições de atender aos clientes e, por isso, o
consumidor não deve se desesperar. “Cancelar agora é mau negócio”, declarou.
Perda de aviões
O
juiz Tiago Henriques Papaterra Limongi, da 1ª Vara de Falências e Recuperações
Judiciais de São Paulo, proibiu as empresas de leasing de retomaram os aviões
emprestados à companhia aérea até 1º de fevereiro. Porém, a Avianca terá de
apresentar um plano para pagar as dívidas.
Há
o risco? Sim, há esse risco. Se a Avianca não apresentar até esta data uma
proposta de pagamento das dívidas vencidas ou um plano de devolução das aviões
às empresas arrendadoras, a reintegração de posse das aeronaves será
automática.
Por
outro lado, caso a Avianca cumpra essas obrigações, mas os arrendadores das
aeronaves não concordem com as propostas apresentadas pela companhia aérea,
haverá outra audiência para decidir se os aviões serão devolvidos ou não.
Preciso entrar na Justiça se a empresa falir?
“Na prática, é muito difícil o consumidor ser ressarcido.
Numa falência, nem todo mundo é pago”. diz Marcus Matteucci, do Felsberg
Advogados.
Na
hipótese de a Avianca ir à falência, a empresa deve apresentar à Justiça uma
lista com todos os seus credores e o quanto é devido a cada um, de acordo com
Matteucci. Porém, muitas vezes nem todos os nomes são incluídos na lista. Nesse
caso, segundo o advogado, o consumidor pode pedir na Justiça a inclusão de seu
nome na lista de credores. No entanto, não há garantias de que ele vai receber
o dinheiro de volta.
Para
o advogado Tannuri, é importante o consumidor guardar todos os documentos,
emails e comprovantes da compra da passagem. “Numa eventualidade, o cliente
pode utilizar esses documentos para pedir reembolso ou entrar com ação na
Justiça”, afirmou.
Presidente da companhia se pronuncia
O
presidente da Avianca Brasil, Frederico Pedreira, comentou publicamente pela
primeira vez o pedido de recuperação judicial da companhia. Em seu perfil no
Linkedin, o executivo diz que está 100% focado nesse que é “um dos capítulos
mais difíceis da história da aérea” e, obviamente, da sua própria carreira.
“O
ano que passou foi especialmente desafiador – não só para as aéreas, mas para o
mercado como um todo. Sofremos com a alta do dólar, com o aumento histórico do
querosene de aviação e com a greve dos caminhoneiros. Tivemos que parar e rever
nosso plano para o ano e era parte fundamental deste exercício a negociação de
nossos contratos de leasing de aeronaves. Infelizmente, enfrentamos
dificuldades nesse processo”, comentou o presidente da quarta maior aérea do
País. (Com
informações do Panrotas, Uol Economia e Badalo)
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