A vacina é recomendada como prevenção, mas no Ceará, só está disponível no sistema privado de saúde. FOTO: Lucas Moura |
O
gasto, registrado durante 10 anos, distribui-se entre atendimentos ambulatoriais,
hospitalizações e óbitos. E também foi significativo em âmbito nacional. O
impacto econômico causado pela doença no Brasil foi de R$ 12 bilhões, em igual
período. Durante os picos de incidência, a dengue sobrecarrega as redes
ambulatoriais e hospitalares do sistema público, podendo acarretar
consequências não apenas criando dificuldades para o atendimento dos casos da
doença em si, devido à sobrecarga, mas também trazendo prejuízos para pacientes
com outras enfermidades que acabam tendo menor acesso à rede de assistência
devido a essa demanda excessiva, conforme explica Rafael Araújo, gerente de
Economia de Saúde da Sanofi Pasteur, divisão de vacinas da multinacional
farmacêutica Sanofi.
"Existe
um impacto direto em termos de custos para o sistema de saúde estimado em R$
145 por caso ambulatorial, e R$ 538 nos casos de hospitalização", afirma.
Os
custos não médicos também são fonte de preocupação para os pacientes, quando
associados a uma necessidade decorrente da doença. No dia a dia, transporte e
alimentação são os principais aspectos influenciados pelas consequências da
dengue, por exemplo, nas situações em que o indivíduo precisa se locomover por
uma distância maior que o normal para receber atendimento.
Medicamentos
"Um
estudo concluiu que cada paciente adulto perde, em média, 4,3 e 10,7 dias de
trabalho, ambulatorial e hospitalar respectivamente. Além disso, parte dos
medicamentos utilizados para contornar os sintomas da doença, como analgésicos,
muitas vezes é custeada pelos próprios pacientes", explica Rafael Araújo.
Segundo
ele, considerando os custos diretos e indiretos da dengue, cada caso
ambulatorial traz um impacto de R$ 392 e nos casos de hospitalização o impacto
chega a R$ 1.016. Destaca-se, também, o fato de que o sistema de saúde, o paciente
e a sociedade como um todo arcam com outros prejuízos econômicos, como a perda
de produtividade que ocorre quando o próprio paciente ou seu cuidador deixa de
ir trabalhar devido à dengue. (Diário
do Nordeste)
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