Quem precisa tomar vacina antirrábica nas três maiores cidades do Cariri está encontrando os estoques zerados ou com pouca oferta nos postos de atendimento disponibilizados pelos municípios. A justificativa apontada pelas secretarias de Saúde dos três municípios do Crajubar (Crato, Juazeiro e Barbalha) é a mesma: diminuição no fornecimento da vacina a nível nacional e mundial. 

Em nota enviada à imprensa, a prefeitura de Juazeiro do Norte comunicou que a escassez do imunibiológico é motivada pela redução e atraso no envio das remessas do medicamento para o Município, de responsabilidade do Ministério da Saúde (MS). “O MS avaliou a necessidade de aquisição de 2,6 milhões de doses da vacina para atender a demanda do país em 2018. No entanto, fez a compra de 1,3 milhões de doses, metade do total inicialmente planejado”, justifica a gestão, por meio de nota. 

A coordenadora de imunização de Juazeiro, Márcia Rejane, orienta as pessoas mordidas por cães e gatos a terem cautela para lidar com a situação. “A recomendação é lavar o local com água e sabão, porque o sabão mata o vírus, que está presente na saliva do animal”, diz. A coordenadora acrescenta que, mesmo sem oferta de vacinas na rede municipal de saúde, é recomendado fazer uma consulta médica em caso de mordedura. “Não tendo a vacina, se o médico achar conveniente, ele vai prescrever o soro, e nós solicitamos o soro até a vacina normalizar, como forma de amenizar os casos considerados mais graves”, completa. 

Barbalha e Crato 
Barbalha e Crato têm pouco estoque da vacina usada para combater a raiva, doença contagiosa geralmente transmitida através da mordida de animais domésticos infectados pelo Lyssavirus, principalmente cães e gatos. 

“Nós dependemos do envio da vacina pelo Ministério da Saúde para a Secretaria de Saúde do Ceará e, só depois, as doses chegam à regional de saúde de Juazeiro para então serem distribuídas nos municípios da região. Esse processo longo acaba atrasando a distribuição, fazendo com que os postos fiquem praticamente com estoque zerado”, frisa a coordenadora de imunização de Barbalha, Adriana Rocha, acrescentando que na maior parte do ano a demanda por vacina é sempre maior do que a quantidade de doses disponíveis. 

Em Crato, conforme a coordenadora de Vigilância em Saúde, Arlene Sampaio, a situação do estoque é menos preocupante, mas ainda assim ela alerta para o risco de desabastecimento nos próximos dias, caso ocorra novos atrasos no repasse das remessas de vacinas para o Município. “Nunca chegamos a ficar com o estoque zerado, mas se esses atrasos permaneceram e a procura aumentar, a vacina pode faltar a qualquer momento”, afirma.    (Jornal do Cariri)

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