Gerações de fotógrafos reunidos no Horto, em Juazeiro do Norte. FOTO: Alana Soares
Ano após ano, fotógrafos profissionais que trabalham no Horto de Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, colecionam reclamações contra smartphones e suas fotos instantâneas. 

A competição ficou acirrada com a popularização dos aparelhos e fotógrafos se sentem injustiçados quando visitantes preferem fotos de celulares aos registros materiais de suas câmeras por R$ 10 a foto impressa na hora. 

Para convencer o cliente, Waldir Costa, 54, usa toda sua lábia. "É um momento especial na vida do visitante e com certeza ele vai querer algo bem feito, que dure para sempre. Eu digo isso. Lembro a ele que no celular a foto pode apagar, pode se perder´, revela o fotógrafo que soma mais de 40 anos de serviço.

"Sem falar que a qualidade é muito diferente", pontua. "Junte uma foto impressa de qualidade e uma fotografia de celular... Vamos ver qual cliente sabe o que é uma boa fotografia", diz, explicando que tem sempre a mão um álbum de fotos com exemplos de poses já feitas.

Mesmo com a criatividade, é consenso entre os 15 fotógrafos fixos do Horto que os negócios já foram melhores. "Quem diz a quantidade de cliente aqui é a sina e a sorte", Waldir ironiza.

A clientela é preferível é idosa e jovens tendem a rejeitar os fotógrafos. A variação vai da máxima de 20 retratos para duas ou três fotos por dia, segundo o próprio grupo estipula.

Ainda assim, há quem insista no trabalho. Como o novato Michael da Silva, 26, que tira renda extra com fotografia há pelo menos três meses. 

Fotógrafos em Juazeiro foram profissionais disputados de 1970 até meados de 2005, quando entrou em declínio com a popularização de câmeras descartáveis e, agora, com os smartphones.    (Site Miséria)

Post a Comment