Maior esclarecimento da população quanto aos seus
direitos é uma
das justificativas para mais pedidos por leitos. FOTO: CID
BARBOSA
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Trata-se
de um direito básico e universal, e o seu cumprimento - em demanda frequente -
vem encontrando amparo em instâncias superiores. É essa a alternativa
encontrada por um número cada vez maior de pessoas que, no momento de
fragilidade, são obrigadas a recorrer à Justiça para acessar serviços de saúde,
como medicamentos, procedimentos cirúrgicos e internação. Somente no ano
passado, 834 solicitações foram protocoladas em caráter de urgência na
Defensoria Pública do Ceará para garantia de um leito de UTI.
O
total equivale à demanda de um a quatro pedidos por dia em 2018. Das
solicitações, 484 foram registradas pelo Núcleo da Defesa da Saúde (Nudesa) e
outras 350 requeridas durante os plantões da Defensoria, nos fins de semana. De
forma geral, o órgão realizou 7.760 atendimentos durante o mesmo período de um
ano e, além dos pedidos de UTI e transferência hospitalar, se repetem com
frequência demandas por medicamentos específicos, alimentação, fraldas,
cadeiras de rodas e procedimentos negados por planos de saúde.
Foi
dessa forma que o vigilante Claudecid Barros, 46, garantiu a transferência da
mãe, Maria Barros, 71, para um leito de UTI. A pensionista estava internada há
cerca de 28 dias no Instituto Dr. José Frota (IJF), após sofrer um Acidente
Vascular Cerebral (AVC). A família, no entanto, decidiu não mais esperar a
disponibilidade na própria unidade.
"O
tempo estava passando e não tínhamos retorno, foi quando a acompanhante de
outra paciente me orientou como agir, e o jeito foi entrar na Justiça para
conseguir esse leito. Dei entrada com o pedido num sábado e na segunda-feira de
noite ela já tinha conseguido vaga no Hospital Waldemar de Alcântara. Foi
super-rápido e saber que hoje ela está sendo melhor atendida nos deixou mais
tranquilos", diz.
Demanda
O
maior esclarecimento da população no que diz respeito aos seus direitos, assim
como a ampliação das portas de entrada do serviço de saúde - exemplificando o
número de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) - estão entre os fatores que
justificam o grande número de solicitações por leitos de UTI. É o que avalia a
defensora pública e membro do Nudesa, Karinne Matos.
"À
medida que a pessoa entra na UPA ela tem todo o resguardo, mas se a situação
dela piorar e não tiver o suporte ela vai ser encaminhada para outro local, de
acordo com o laudo médico. No ano passado, aconteceu de, em apenas uma tarde,
eu oficializar oito processos, entre transferências e pedidos de UTI",
conta. (Diário do Nordeste)
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