FOTO: FABIANE DE PAULA |
A
avaliação é do promotor da 3ª Vara da Infância e Juventude, Dairton Oliveira,
que aponta o déficit como principal obstáculo para o aumento do fluxo de
adoções, já que o contato entre adotantes e acolhidos depende de psicólogos e
assistentes sociais. "A adoção envolve muitas etapas, muitos processos,
mas geralmente fica estagnada quando depende dos relatórios desses
profissionais. É preciso uma sensibilização do TJCE para mais
contratações", alerta.
Outro
problema, como salienta o promotor, é o tempo que as crianças e adolescentes
ainda precisam passar nos abrigos. "Segundo o Unicef, a cada ano de
acolhimento, se perde quatro meses de desenvolvimento físico, motor e
cognitivo. Quanto mais nova a criança é institucionalizada, maior é o atraso.
Em média, os meninos e meninas passam cerca de três anos em acolhimento no
Ceará, gerando déficit de um ano e meio de desenvolvimento em relação aos que
estão no âmbito familiar. Além disso, com o tempo, a adoção se torna mais
difícil."
Aumento
No
Ceará, em 2018, foram adotados 11 bebês com um ano de idade, 11 com um, seis
com pouco mais de 2 e 11 crianças com 3 anos, totalizando 39 adoções
"dentro do perfil tido por mais procurado do CNA", conforme dados do
Ministério Público do Ceará (MPCE). Já no perfil de adoção tardia, o promotor
da Infância e Juventude descreve o crescimento como "empolgante": 17
crianças na faixa etária entre 4 e 7 anos integraram nova família.
Já
entre as "pouco adotáveis", com idades de 8 a 11 anos, seis tiveram
os processos de adoção concluídos, o dobro da média. O maior crescimento e
também a maior preocupação, porém, se relacionam aos números de adolescentes,
fase considerada crítica. Em 2015 e 2016, nenhuma pessoa entre 12 e 18 anos foi
adotada. Em 2017, apenas uma adoção foi concluída. Já no ano passado, o número
subiu para cinco. (Diário do
Nordeste)
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