O leilão mais esperado do ano, o primeiro do governo Bolsonaro, ocorre nesta sexta-feira (15) e contará com a participação de pelo menos seis empresas, que devem investir no bloco de 12 aeroportos, que inclui o terminal de Juazeiro do Norte. O certame, que deve ocorrer na sede da B3 (Bolsa de Valores) em São Paulo, irá conceder a iniciativa privada o bloco Nordeste, que é considerado o mais atraente.

As operadoras aeroportuárias Vinci (França), Zurich (Suiça), Fraport (Alemanha) e Pátria Investimentos (São Paulo) visitaram o Aeroporto Orlando Bezerra de Menezes, interessadas no empreendimento. Outras buscaram informações na Prefeitura Municipal e as demais buscaram dados por conta própria, de acordo com matéria publicada pelo Estadão.

Outras empresas identificadas como interessadas no negócio são as brasileiras CCR, Pátria, Socicam e Construcap, a espanhola Aena e a alemã AviAlliance. A Zurich tem as concessões de Florianópolis (SC) e de Confins (MG); a Vinci, o terminal de Salvador; e a Fraport atua em duas capitais: Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE).

Potencial do Aeroporto de Juazeiro
O secretário do Desenvolvimento Econômico do Juazeiro do Norte, Michel Oliveira Araújo, disse em reportagem publicada no Estadão, que a expectativa na região do Cariri para o leilão é grande para a nova administração do aeroporto, que atualmente atua no limite de sua capacidade. “Esperamos que uma das grandes concessionárias internacionais, que devem vir mais dispostas a fazer investimentos, ganhe e que possa dar uma alavancada no Aeroporto de Juazeiro do Norte”, complementa.

O governador Camilo Santana (PT) irá representando o Ceará no leilão, que acontece em São Paulo. Dentre outros dados, este irá defender o potencial crescimento do terminal juazeirense, um dos que mais se destaca no interior do Nordeste, com um total de 563,5 mil embarques e desembarques e um crescimento de mais quase 4% em demanda em apenas um ano.

Foram registradas até dezoito operações de pousos e decolagens comerciais regulares por dia na última alta estação de 2018, em nove voos diários operados por três empresas aéreas (Avianca, Azul e Gol). Segundo dados informados pelos consultores das concessionárias à imprensa, a quantidade pode ser ampliada de acordo com a demanda e com os investimentos da operadora, mesmo que não previstos no contrato de concessão disponibilizado pelo Governo Federal e Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

Movimentação na Bolsa
Com vista no leilão de sexta-feira, pelo menos seis grupos entregaram propostas já nesta terça (12), incluindo a CCR, a Socicam, francesa ADP e a espanhola Aena. Também estiveram no local representantes da Vinci, Pátria Avialliance, entre outros. Para o secretário Michel Oliveira, as exigências são menos rígidas ante o leilão de Fortaleza. Ele acrescenta que, junto do Aeroporto de Recife, o de Juazeiro é superavitário dentre os leiloados.

Em relação às exigências, o Ministério Público Federal já havia ingressado ação para mudar mediadas no edital de concessão do Aeroporto de Juazeiro do Norte, a fim de retificar uma regra que impedia pousos e decolagens de aeronaves maiores em algumas condições, sob investimentos mínimos. A Justiça decidiu, no último dia 6 de março, não acatar a ação do MPF e manter nos conformes o certame para o leilão.

O governo espera forte concorrência no leilão, que exigirá investimento de R$ 1,47 bilhão em todos os blocos, nos primeiros cinco anos de concessão. O lance mínimo para o bloco Nordeste será de R$ 171 milhões, e exigirá investimentos mínimos de R$ 193,5 milhões no Aeroporto de Juazeiro do Norte durante os 30 anos previstos de concessão. (Estadão)

Post a Comment