"Não tenho medo (da Reforma) porque não sei se chego aos anos necessários para se aposentar", declara apático. FOTO: Normando Sóracles |
"Não tenho medo (da Reforma) porque não sei se chego aos anos necessários para se aposentar", declara apático. O couro é grosso e a mão é calejada da enxada e da roça. Braços fortes, mas "espinhaço" dolorido do exigente trabalho manual.
Na reforma, o governo propôs idade mínima de 60 anos para homens e mulheres na aposentadoria rural. Pela regra em vigor, a idade mínima para homens é de 60 e para mulheres, de 55.
Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Crato, Celiane David Bispo, a proposta de reforma é "grande crueldade com todos os trabalhadores, mas em especial aos agricultores".
"Nossa carência hoje é de 15 anos com comprovação de trabalho rural. A Reforma quer aumentar para 20 anos, com contribuição de R$ 600 por ano. Como os trabalhadores vão conseguir comprovar isto e ter essa renda com chuvas abaixo da média e a perda de produção?", questiona Celiane.
Em nota a Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Ceará considera que a PEC "praticamente inviabiliza o acesso da maioria dos agricultores e agricultoras familiares cearenses a aposentadoria, pois desenvolvem uma agricultura de subsistência, não produzindo excedente para comercialização". (Site Miséria)
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