Vagão “azul” da antiga linha que ligava Fortaleza ao Crato. FOTO: Arquivo
A Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima, ou simplesmente RFFSA, é um dos pontos de parada obrigatória tanto para transeuntes que dependem de transporte coletivo ou para àqueles que frequentam algumas das várias atrações culturais que ocorrem pelas estações de Crato e Juazeiro do Norte, durante o ano. O que poucas pessoas sabem, ou algumas lembram vagamente, é da clássica locomotiva de cor azul celeste, que levava os caririenses de Crato até Fortaleza.

Histórico
Originalmente, foi inaugurada no Ceará a linha-tronco, ou linha Sul, da Rede de Viação Cearense, que  surgiu com a linha da Estrada de Ferro de Baturité, aberta em seu primeiro trecho em 1872 a partir de Fortaleza e prolongada nos anos seguintes. Quando a ferrovia estava na atual cidade de Acopiara, em 1909, a linha foi juntada com a E. F. de Sobral para se criar a Rede de Viação Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway. Em 1915, a RVC passa à administração federal, e é onde começa a história da via férrea pelo Estado.

A linha chega ao seu ponto máximo em 1926, atingindo a cidade do Crato, no sul do Ceará. Em 1957 passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975 é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia. Ferroviária do Nordeste (RFN). Nesta época, iniciou-se uma rota com trens de passageiros que percorreram a linha Sul.

“Sonho Azul”
O antigo trem de passageiros da linha Sul da RFFSA fazia o percurso de Crato até Fortaleza. Conhecido como “Sonho Azul”, operava com o transporte de passageiros e cargas diversas, que saíam e chegavam ao Crato diariamente, inclusive em dias de feira.

A viagem durava cerca de 17 horas, parando em todas as estações da RFFSA pelo Estado até chegar em Fortaleza. Haviam também duas classes no trem, a primeira e a segunda classes.

O antigo trem possuía além dos vagões convencionais para viagem, ambiente com dormitórios, restaurante e até ar-condicionado. Chegou a possuir ainda, um horário noturno que era chamado de “Trem Corujão”, ligando o Cariri até a capital do estado.  Estima-se que esta linha operou em nossa cidade até dezembro de 1988, quando ocorreu sua saudosa e última viagem.

Em 1992, a RFFSA foi incluída no Programa Nacional de Desestatização, ensejando estudos, promovidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, que recomendaram a transferência para o setor privado dos serviços de transporte ferroviário de carga.

Trem cargueiro que funcionou regularmente até meados de 2010 no Cariri.
Os trens de carga operaram até meados de 2010 fazendo o transporte principalmente de combustíveis da Petrobras, sendo que foram implantadas posteriormente na linha as rotas do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que atualmente ligam Crato a Juazeiro do Norte em nove estações. A RFFSA foi extinta, mediante a Medida Provisória nº 353, de 22 de janeiro de 2007, estabelecida pelo Decreto Nº 6.018 de 22/01/2007, sancionado pela Lei Nº 11.483.

Texto contribuição do pesquisador e historiador Adeildo de Sousa. Fonte: Estações Rodoviárias do Brasil e site oficial do histórico da Rede Ferroviária Federal Sociedade Anônima (RFFSA). (Site Badalo)

2 Comentários

  1. Parabéns gazeta do Cariri pela matéria postada sobre a história da antiga RFFSA que existia um trem de passageiros que transportava pessoas saindo da estação do Crato com destino a Fortaleza.Existia a primeira e a segunda classe,conheci muito bem,muito boa a matéria.Parabéns!

    ResponderExcluir
  2. Já ouvi meu tio falando muitas vezes desse trem e das suas viagens nele. Boa matéria!

    ResponderExcluir

Postar um comentário