FOTO: Antônio Rodrigues |
Porém,
as obras estão paralisadas desde março do ano passado, após recomendação
contrária emitida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan). Desde então, um novo local para sua instalação tem sido discutido.
O
Crato foi uma das 10 cidades do interior cearense contempladas com a construção
de um cinema. O município receberá duas salas que comportam 210 e 105 lugares
em ambiente climatizado com instalações modernas. Orçada em R$ 2.169.524,00, a
ordem de serviço foi assinada em outubro de 2017 e a previsão de entrega era
maio do ano passado. Em contrapartida, as prefeituras municipais cederam os
terrenos para a edificação do equipamento.
Inicialmente,
o Mercado Central foi escolhido, mas por opção do prefeito, que pretende
revitalizar o equipamento, foi descartado. Então, em audiência pública, foi
escolhido o Largo da RFFSA, próxima a antiga estação ferroviária - hoje Centro
Cultural Araripe.
O
largo da RFFSA, onde está erguido a antiga estação ferroviária, sofreu
intervenções "modernas", como as obras de urbanização e pavimentação,
além da construção do Restaurante Popular e da Biblioteca Pública, ambos
inaugurados em 2010. Mesmo assim, o processo da tutela pelo Iphan daquele
espaço encontra-se em tramitação.
Apesar
de atender algumas exigências da Secult e da Ancine - como a proximidade a
centros culturais, áreas de periferia, praças, hotéis, restaurantes, pontos de
transporte coletivo e fácil acesso - os técnicos do Iphan acreditam que a
construção das salas no largo da RFFSA poderia comprometer a visibilidade de
seu conjunto arquitetônico em suas especificidades e características, assim
como sua importância histórica e econômica no contexto da cidade. A Secult
acatou o parecer e decidiu suspender a obra.
Em
nota, a Secult informou que a escolha do novo local que abrigará o cinema ainda
está em fase de definição e análise pela Pasta e pelo Departamento de Arquitetura
e Engenharia do Ceará (DAE). Contudo, o secretário de Cultura de Crato, Wilton
Dedê, acredita que o Parque Pedro Felício Cavalcante, onde acontece a
tradicional Expocrato, deve ser o lugar escolhido. Vamos definir em
reunião".
Já
sobre os entulhos, areia, tijolos e tapumes deixados há mais de um ano no largo
da RFFSA, Dedê antecipa que foi feita uma licitação para a retirada do material
de construção e recuperação da área. Antes disso, por conta própria, a
Prefeitura de Crato fez manutenção e limpeza no espaço. "A gente quer que
resolva tudo antes do primeiro semestre. A decisão do novo local está aberta
ainda", completa.
Nos
outros nove municípios, a Secult informou que o projeto "Cinema da
Cidade" segue com suas ações normalizadas e em andamento das atividades. O
projeto encontra-se licitado em todos os municípios e em análise pela Caixa
Econômica Federal (CEF) e pelo DAE. Ao todo, serão 20 salas construídas em
cidades com mais de 20 mil habitantes que não possuam este tipo de equipamento.
Os outros municípios contemplados são: Amontada, Aquiraz, Canindé, Cedro,
Crateús, Iguatu, Itaitinga, São Benedito e Tauá. O investimento é de R$ 20 mi
pela Ancine e R$ 12 mi pela Estado.
O
Município do Crato é a único, dentre os dez que receberão salas de cinema do projeto
"Cinema da Cidade" do Governo do Estado, que está com as obras
paralisadas. O atraso já dura mais de um ano.
(Diário do Nordeste)
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