Destruição foi após chuva de 120.0 mm em 40 minutos. FOTO: Normando Sóracles
A chuva que causou sérios problemas em Crato durante a noite desta segunda-feira (18) se concentrou no bairro Lameiro, em um ponto alto da cidade, na Chapada do Araripe. A prefeitura declarou estado de emergência que entra em vigor ainda esta semana.

De acordo com a Funceme, foram 120 milímetros em menos de 40 minutos, precipitação que não foi prevista por meteorologistas. Segundo o prefeito Zé Ailton Brasil (PP), seis casas próximas ao mercado Walter Peixoto correm o risco de desabar.

O Secretário de meio Ambiente, Francisco Brito de Lima Júnior, explica o que pode ter ocasionado o transbordo do canal do rio Granjeiro, que cruza a cidade. Brito explica que o solo da Chapada não é adequado para absorver água da chuva, que é levada até o canal junto com galhos e lixo.

Esse material entope os boeiros, o que intensifica o problema. Segundo o secretário, há um projeto do Executivo aprovado na Câmara para a construção de bueiros inteligentes, com "telas" que impedem a entrada de resíduos sólidos, evitando entupimento. 

Três famílias desabrigadas com os efeitos da chuva. FOTO: Alana Soares
Medidas
Para o engenheiro Filipe Coelho há uma série de soluções que poderiam frear o problema que há décadas preocupa os moradores cratenses. Ele alerta, primeiramente, para a falta de permeabilização do solo na serra, ocasionada pelo crescimento geográfico e construção de casas e estradas nestes locais.

Como medida inicial, Filipe destaca que sejam vetadas as permissões para mais construções em lugares onde o solo poderia ser prejudicado, tornando-se pouco hábil à captação de água das chuvas. Há também a sugestão de construir barragens ao longo do curso dá água para que a correnteza chegue até o canal com menos força.

O engenheiro fala ainda sobre uma terceira alternativa, que seria o aumento da altura da calha do canal, o que evitaria o transbordamento em dias de fortes chuvas como a da noite de ontem. Uma quarta via seria a construção de um piscinão subterrâneo próximo a área da prefeitura, que armazenaria o fluxo de água que atualmente se concentra apenas no canal.

"É importante lembrar que todas estas obras necessitam de uma séria de estudos para que possa ser avaliado as dimensões de cada estrutura. A vazão da água que desce da encosta é um fator importante a ser considerado nesse aspecto", diz Coelho.

Chuva
O relatório diário da Funceme apontou 120 milímetros de chuva no Lameiro em cerca de 40 minutos. "A tromba d´água pegou todos de surpresa", alerta o secretário. Uma pessoa morreu enquanto tentava atravessar a correnteza. Ao menos dois carros foram arrastados e ficaram totalmente destruídos dentro do canal.

Uma força-tarefa foi montada para diminuir os danos da chuva. Ao menos 110 pessoas e 10 máquinas trabalham para desobstruir as principais ruas do Centro ao longo do dia.   (Site Miséria)

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