Engenharia improvisada: Partes de máquina de lavar, televisão e armário foram usadas para montar o triciclo "frankestein". FOTO: Alana Soares
Em triciclo adaptado, Luiz passou pela repórter Alana Soares  sem pressa descendo ladeira no bairro Ossian Araripe, no Crato. Chamou-me a atenção não apenas o triciclo, mas suas partes: na frontal, uma tampa de máquina de lavar; nas laterais, peças de televisão; farol improvisado amarrado em arame; painel de carro velho. Um veículo Frankenstein.

Atrás dele, vinha o ônibus municipal, tomando cuidado para não chegar perto demais do estranho veículo a sua frente. Mas o homem no triciclo ouvia rádio sem preocupação. "Estou acostumado. Nisso aqui eu rodo a cidade toda. Não atrapalho ninguém e ninguém me atrapalha", justificou a calma. 

"Vou para todo canto nisso. Salvou meu trabalho", disse o idoso. A engenhoca é movida a gasolina e conta com motor de uma "Cinquentinha". FOTO: Alana Soares
Foi um mecânico conhecido por Argentino que projetou e montou o triciclo adaptado na carcaça de uma "Cinquentinha" para o "faz-tudo" Luiz Leite Lima, 73, natural de Maranguape, radicado em Crato. Luiz não esperava precisar tanto da engenhoca quanto agora: há três meses amputou a perna esquerda devido complicações na circulação sanguínea. 

"Não tinha na mente, de jeito nenhum, que ia precisar desse jeito, mas pelo menos agora está servindo", contou o idoso bom humorado. "E veja que no asfalto eu ando até ligueiro, chega a 50 km/h, mas não me arrisco tanto".

A engenhoca é movida a gasolina e conta com motor de moto, marcha, freio, embreagem, ignição, pedal, farol, seta e uma cadeira velha como poltrona. "A manutenção é comigo mesmo", solta.   (Site Miséria)

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