A
Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia do Ministério Público Federal e
transformou o ex-presidente Michel Temer em réu pelo suposto crime de corrupção
passiva, envolvendo o caso da mala de R$ 500 mil. O caso transitava no Supremo
Tribunal Federal (STF), mas após a perda do foro do ex-presidente, foi remetido
para primeira instância.
Em
abril de 2017, o então assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures foi filmado
em ação controlada da Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil do
executivo da J&F, Ricardo Saud. Ele foi um dos alvos da Operação Patmos, deflagrada
em maio daquele ano, com base na delação de executivos da holding.
Temer
e Loures foram denunciados pela suposta propina. No entanto, para o
ex-presidente, a abertura de ação foi barrada em votação na Câmara Federal.
Como não tinha mais foro privilegiado, Rocha Loures passou a se defender do
processo na 10ª Vara Federal de Brasília.
A
decisão do Legislativo apenas adiou o processo para Temer, que, após o término
do mandato, voltou a se defender da acusação na Justiça Federal. Em novo
pedido, a Procuradoria pediu que a Justiça abra ação penal contra o emedebista.
Defesa
Quando
foi denunciado, o criminalista Eduardo Carnelós, que defende Temer, divulgou a
seguinte nota:
"A
denúncia ratificada pelo MPF, que imputa a prática de crime ao ex-presidente
Temer pelos fatos relacionados ao recebimento de mala contendo dinheiro pelo
ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, é a primeira acusação formulada pelo
ex-Procurador-Geral da República, depois da deflagração, em maio de 2017, da
sórdida operação com a qual se pretendeu depor o então presidente da República.
Como tudo que nasceu daquela operação ilegal e imoral, essa imputação também é
desprovida de qualquer fundamento, constituindo aventura acusatória que haverá
de ter vida curta, pois, repita-se, não tem amparo em prova lícita nem na
lógica.” (Estadão)
Postar um comentário