FOTO: Gustavo Veras
Na localidade de Baixio dos Gaviões, zona rural do município de Umari, a agricultura Ana Soares de Oliveira, 71 anos, a ‘Ana da Rabeca’, mantém desde os 15 anos de idade o gosto por tocar rabeca.

Começou tocando em casa, escondida de visitas. “Aprendi só olhando meu pai, tocar, afinar o instrumento”, contou. “Ele comprou depois um violino que veio da França e esse instrumento foi remodelado e tornou-se uma rabeca”.

No passado, chegou a formar um trio com duas irmãs, Maria, no pandeiro, e Honorina, no triângulo. Foi descoberta pelo professor aposentado da UFC e pesquisador de cultura popular, Gilmar de Carvalho. “Já fiz apresentação em Fortaleza e em outras cidades”, contou. Toca por prazer.

Ana da Rabeca disse dar graças à Deus pelo dom que recebeu. “É uma felicidade imensa que eu tenho, aprendi apenas olhando meu pai tocar e a música me traz alegria, desparece, afasta a tristeza, é bom demais, adoro, passa toda tristeza”, pontuou.  Neste ano, chegou a plantar uma roça de milho, mas lamentar a pouca chuva na localidade.

O agricultor e esposo, Antônio Militão de Oliveira, disse que ver a arte da mulher com alegria. Eles se conheceram na cidade de Acopiara. “Ela tocava sanfona e violino”, disse. “Quando toca alegra toda a casa”.

filho, Anderson Soares de Oliveira, 24 anos, estudante, disse ter orgulho imenso da mãe. “Ela tocava escondida, com medo de não ser aceita, mas agora toca para as pessoas ouvirem”, disse.

Luís Teixeira, produtor cultural, presidente da Associação Cultural Maria Bonita, frisou que ‘Ana da Rabeca é um orgulho e foi descoberta pelo professor Gilmar de Carvalho, é a única mulher a tocar rabeca, é mestre da cultura regional. “A gente espera ela transmitir esse conhecimento aos jovens da região”. (Diário Centro-Sul)

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