FOTO: Lionel Bonaventure |
O
bilionário francês Bernard Arnault, colecionador de artes e presidente do maior
conglomerado de marcas de luxo do mundo, LVMH, anunciou uma doação de 200
milhões de euros para a reconstrução da catedral. “A família Arnault e o grupo
LVMH, em solidariedade com essa tragédia nacional, se junta à reconstrução
desta catedral extraordinária, símbolo da França, sua herança e sua unidade”,
diz um trecho do comunicado do grupo, que detém marcas como Louis Vuitton,
Dior, Moët & Chandon, Hennesy, Bvlgari, Tag Heuer, Givenchy, entre outras.
A
oferta de doação veio depois que seu rival ofereceu 100 milhões de euros. O
bilionário François-Henri Pinault – que preside a holding francesa Kering,
grupo de artigos de luxo que detém marcas como Gucci, Yves Saint Laurent e
Balenciaga, e que é casado com a atriz Salma Hayek – disse ao diário francês Le
Figaro que espera que o dinheiro – que será pago pela empresa de investimentos
da família Pinault, Artemis, ajude a “reconstruir completamente a Notre-Dame”.
Valérie
Pécresse, presidente do Conselho Regional de Île-de-France, uma das 13 regiões
administrativas da França e que abriga a Grande Paris, afirmou que doará 10
milhões de euros para a reconstrução.
O
presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, pediu aos parlamentares
doações para a reconstrução da Notre-Dame, “como sinal de solidariedade”, em
uma caixa do lado de fora do plenário em Estrasburgo. Por fim, a agência
cultural das Nações Unidas, a Unesco, também prometeu “apoiar a França” na
restauração do monumento, declarado Patrimônio da Humanidade em 1991.
O
dono de uma empresa madeireira francesa afirmou à Rádio FranceInfo que está
disposto a oferecer as melhores vigas de carvalho disponíveis para reconstruir
o complexo que formava o telhado da catedral.
“O
trabalho certamente levará anos, décadas até. Mas exigirá milhares de metros
cúbicos de madeira. Teremos que encontrar os melhores exemplares, com grandes
diâmetros”, disse Sylvain Charlois, do grupo Charlois.
Além
de tempo, o trabalho de restauração será um desafio da natureza. Bertrand de
Feydeau, vice-presidente do grupo de preservação Fondation du Patrimoine,
afirmou à Rádio FranceInfo que a França não tem mais árvores grandes
suficientes para substituir as antigas vigas de madeiras na Notre-Dame.
O
especialista em patrimônio cultural explicou que o telhado de madeira foi, em
parte, construído há mais de 800 anos, com vigas de florestas primárias.
Feydeau afirmou que o telhado da catedral não poderá se reconstruído exatamente
como era antes do incêndio. “Nós não temos, no momento, árvores em nosso
território do tamanho das que foram cortadas no século 13”. Segundo ele, o
trabalho de restauração terá que usar novas tecnologias para reconstruir o
telhado. (O Povo)
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