Com “genética cearense”, como mesmo classifica, Fernanda Callou Sampaio, a Whelbaneyde da comédia nacional recém-lançada Cine Holliúdy 2: A Chibata Sideral, em cartaz nos cinemas, traz o Cariri no sangue. Atriz, documentarista, roteirista e psiquiatra, ela nasceu em Brasília (DF), mas viveu parte de sua juventude no Sul do Estado, local de origem de sua família e onde, atualmente, mantém consultório. Aos 41 anos, a ponte aérea entre o Rio de Janeiro/São Paulo/Juazeiro do Norte se tornou comum em sua vida.

“Sempre fui apaixonada por cinema, teatro, música, dança, artes em geral. Estudei um pouco de violão clássico e piano básico. Mas pensar em arte como profissão era algo muito distante da minha realidade. Minha família traz a medicina nas veias por gerações e comigo não foi diferente”, conta Fernanda. Um dos mais emblemáticos médicos de sua família foi seu avô, Leão Sampaio, natural de Barbalha, que foi deputado federal por diversas legislaturas.

Na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em Recife, Fernanda se formou em Medicina. No entanto, a capital pernambucana também foi fundamental para seu desenvolvimento na arte. “Recife respira cultura: na arquitetura, no povo, na música e no cinema”, acredita. Foi lá que, ainda na época da faculdade, trabalhou como assistente de figurino no longa Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis. “Então percebi esse meu outro dom”, lembra.


Após se mudar para o Rio de Janeiro para estudar Psiquiatria no na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fernanda iniciou o curso de teatro na Casa de Artes de Laranjeiras (CAL). “Passei a unir as duas coisas: a compreensão da mente no estudo de personagens e a empatia de sentir como outra pessoa através de um personagem para me ajudar na compreensão dos sintomas e sensações dos meus pacientes”, explica a atriz.

Nos bastidores do filme Cazuza: o tempo não para (2004), Fernanda trabalhou com figurino, na assistência de produção e na assessoria médica. “Mas o que eu gostava mesmo era de estudar e me tornar personagens”, enfatiza. Mudou-se para Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde se formou pelo “The Lee Strasberg Theatre and Film Institute” e iniciou estudos em Psicodrama. Depois, morou em Moscou, na Russia, onde se aperfeiçoou no teatro.

De volta ao Brasil, a atriz concilia a psiquiatria e o cinema. Dois documentários estão sendo concluídos, um gravado em Cuba e outro no Ceará. Além disso, divulga sua segunda participação na franquia Cine Holliúdy, dirigido pelo cearense Halder Gomes, atuando ao lado de atores como Edmilson Filho, Falcão, Miriam Freeland, Milhem Cortaz, entre outros.

No filme, Whelbaneyde, natural de Pacatuba, sonha em arrumar um marido que a tire de sua cidade. Por isso, a personagem tenta ser diferente dos outros moradores. “A comédia do filme começa nos bastidores ao lado de figuras engraçadíssimas. Gravar essa comédia de sucesso nacional foi gratificante. Foi impagável”, ressalta. Fernanda já tinha vivido o mesmo papel no primeiro filme, lançado em 2013.

Orgulho
Com consultório em Juazeiro do Norte, Fernanda fortificou sua ligação com o Cariri e viaja mensalmente à terra do Padre Cícero. “Minha relação com a região é de muito amor. Aqui tem uma cultura riquíssima e pouco explorada no cenário artístico nacional. O Ceará, em especial o Cariri, tem rico folclore, músicas típicas, culinária, histórias e lendas indígenas pouco divulgadas, sítios arqueológicos, belíssimas fontes naturais, a bela Floresta do Araripe e o nosso tão estimado Padre Cícero, nosso Padim que segue abençoando o desenvolvimento da região”, finaliza. (Blog Diário Cariri)

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