As
cidades de Iguatu, Tamboril e Santana do Acaraú foram as que registraram o
maior número de médicos desistentes, três em cada. De acordo com Sayonara
Cidade, presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Ceará
(Cosems-CE), há diálogo com o Ministério da Saúde na tentativa de resolver a
situação, no entanto, não há soluções práticas apresentadas pela pasta.
"Estamos
vendo com muita preocupação esta situação. Em reunião com representantes, foi
colocado que seria criada uma Secretaria da Atenção Básica, que o programa
mudaria de nome, mas alguma informação concreta com prazos e com datas, isso
não aconteceu. O que estamos vendo é a desistência de médicos do edital de
substituição e isso é muito complicado do ponto de vista da assistência",
explica.
 Conforme a presidente do Cosems-CE,
os motivos alegados para desistência são diversos, desde reclamação do
cumprimento de carga horária até saída para realização das residências médicas.
Além
de divulgar o número de desistências por município, o Ministério da Saúde
também divulgou nota informando que as 8.517 vagas do atual edital do Mais
Médicos, abertas após o fim da cooperação com a Organização Pan-Americana de
Saúde (Opas), foram preenchidas por médicos brasileiros — entre com CRM no
Brasil e graduados no exterior.
"Destes,
até o início de abril, 1.052 profissionais com CRM no Brasil saíram do
programa. As vagas poderão ser ofertadas em novas fases do provimento de
profissionais ainda em análise pelo Ministério da Saúde. Sobre os 1.397 médicos
brasileiros com CRM fora do País, eles finalizaram o módulo de acolhimento na
semana passada e iniciaram a atividade na unidade de saúde nesta semana",
informa.
Sobre
a desistência de profissionais brasileiros, o presidente do Sindicato dos
Médicos do Ceará, Edmar Fernandes, diz que o programa não oferece garantias de
estabilidade, o que, segundo ele, justifica a saída desses profissionais.
"O médico sabe que em três anos pode sair do programa e, em alguns casos,
pode conseguir ficar mais seis anos, mas ele não tem garantias, então o rodízio
é muito grande. O que a classe médica sempre pediu é que fosse uma carreira
médica de Estado, e dessa forma o profissional poderia interagir com a
população, crescer e a população sempre ter esses médicos como referência,
principalmente os rincões", defende. (O Povo)
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