Com referência ao primeiro sítio de arte rupestre catalogado iconograficamente na região do Cariri cearense, foi aberta, ontem (09), a exposição “Santa Fé: História Gravada no Tempo”. Em cartaz até o dia 30 de abril, na Galeria de Artes Célia Bacurau, no campus Pimenta da Universidade Regional do Cariri (URCA), em Crato, o trabalho do artista visual Filipe Alves traz o potencial da cultura local e a ancestralidade do povo Kariri.

Na exposição, foram usados os elementos gráficos de cosmovisão Kariri para reinterpretar, de forma contemporânea, a expressão da arte de comunicar desde tempos imemoriais aos tempos atuais, trazendo para o cotidiano, novos suportes e objetos criados. A exposição reúne pesquisa, ciência, arqueologia e arte, essência e sentido da história e da memória da ancestralidade local.

Estudante de Artes Visuais na própria URCA, o trabalho de Filipe vem ganhando o mundo como designer especializado em identidade visual para empresas e instituições. Com sua inspiração, decidiu expor a história do sitio arqueológico Santa Fé, localizado no distrito homônimo, em Crato.

A pesquisa científica para a realização da exposição foi fundamentada nos registros icnográficos, recolhidos com a finalidade dos estudos arqueológicos. Foram catalogadas 59 gravuras pintadas. Nenhum outro sítio arqueológico da região apresenta essa singularidade, muito rara no território brasileiro.

Estudos científicos realizados a partir de vestígios encontrados próximo ao abrigo do sítio Olho D’água datam que a ocupação humana no Cariri aconteceu há mais de 3.100 anos. A presença de pigmentos naturais nas obras de pintura fazem uma leitura com os materiais utilizados pelos povos nativos da região. “A arte digital traduz em sua contemporaneidade a variedade de ações que podem ser reproduzidas a partir dos elementos visuais encontrados no sítio arqueológico”, explica o artista.      (Diário do Nordeste)

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