FOTO: Helene Santos |
Segurados
que pedem aposentadorias e pensões têm
recebido ofertas de empréstimo antes mesmo de serem comunicados pelo órgão de
que os benefícios solicitados foram concedidos.
O
presidente do INSS, Renato Rodrigues Vieira, admitiu que há
"inegável fuga de
informações" e o "aproveitamento indevido" de
dados de segurados por empresas do ramo de crédito.
A investigação, iniciada há cerca
de um mês, busca identificar se os vazamentos ocorrem nas três etapas que
envolvem as concessões de benefícios previdenciários: o tráfego de dados nos
sistemas da Dataprev (empresa de tecnologia da Previdência), nas análises dos
requerimentos realizadas por servidores do órgão ou no processamento dos
pagamentos por meio da rede bancária.
"Não
podemos desconsiderar qualquer momento em que pode ocorrer fuga de informações,
pois isso tornaria a nossa apuração
precária", disse Vieira. "No momento, temos a certeza
de que as fugas de dados acontecem e há acesso a aposentados que nem sequer
foram comunicados [da concessão do benefício]", afirmou.
Dados
de segurados ou beneficiários do INSS devem ser mantidos em sigilo e, em nenhuma
hipótese, podem ser fornecidos a terceiros. Mas a reportagem já flagrou o
comércio de cadastros com nomes de aposentados e pensionistas nas ruas da
capital paulista e na internet.
Em
fevereiro deste ano, uma página de compra e
venda de produtos oferecia esse tipo de cadastro, sendo
que o vendedor disponibilizava o seu número de telefone para combinar o preço.
Em
abril de 2015, o Agora denunciou a venda de CDs com milhares de dados de aposentados nas
proximidades do viaduto Santa Ifigênia, região central da capital paulista, a
poucos metros da sede da Superintendência do INSS em São Paulo.
Além
do vazamento de
dados de segurados, o presidente do INSS afirmou que o órgão também promove a
revisão de outros pontos considerados críticos em seu fluxo de informações, que
são a prova de vida dos beneficiários (recadastramento de senha) e os contratos
de prestação de serviço. (Folhapress)
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