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De
acordo com o sócio da V8 Capital, gestora de recursos, a reação na Bolsa de
Valores pode ser vista de forma generalizada nas ações das estatais
brasileiras. "Isso tem a ver com a questão da própria governança
corporativa da Petrobras. Um Governo que se entrega como liberal não pode tomar
medidas populistas", diz Filipe Albuquerque.
Segundo
ele, não há impacto econômico imediato com o congelamento do valor do diesel
por mais dias. No entanto, a Associação Brasileira dos Importadores de
Combustíveis (Abicom) estima que a Petrobras terá um prejuízo de cerca de R$ 14
milhões por dia, levando em consideração o volume médio de vendas do
combustível em 2018. O reajuste, de 5,7%, elevaria o preço do combustível dos atuais
R$ 2,1432 para R$ 2,2662.
O
consultor na área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, explica que o aumento
revogado leva em consideração a variação do preço do barril de petróleo no
mercado internacional e a variação cambial. "O Governo Federal, preocupado
com uma possível retaliação de nova greve dos caminhoneiros, resolveu intervir
nesse aumento suspendendo por tempo indeterminado. Mas o que mais preocupa é
que essa segunda paralisação é apenas uma suposição e já estamos vendo
interferências governamentais", pontua.
Segundo
Iughetti, chegará um momento que não será mais possível segurar o preço e o
repasse será maior. "O momento é para reavaliar a carga tributária que
incide sobre os combustíveis, que chega a 45% da composição. A alternativa é
rever as alíquotas do PIS (Programa de Integração Social), Cide (Contribuições
de Intervenção no Domínio Econômico) e Cofins (Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social)", propõe.
Contrapartida
No
sentido contrário, o setor supermercadista se tranquiliza com o congelamento.
"Assim, a gente tem uma garantia de que não vai ter reajuste no frete.
Seria bom se conseguissem manter nesse patamar", afirma o vice-presidente
da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), Nidovando Pinheiro. Ainda
assim, ele admite ficar preocupado com uma nova paralisação.
Repercussão
Questionado
sobre o assunto, Bolsonaro disse que não é intervencionista. "Não sou
economista, já falei que não entendia de economia, quem entendia afundou o
Brasil, tá certo? Estou preocupado também com o transporte de cargas no
Brasil". O ministro da Economia, Paulo Guedes, sugeriu que não foi
informado sobre a decisão. (Diário do
Nordeste)
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