Até
o fim da próxima semana, a Avianca Brasil deverá ter sua frota reduzida das
atuais 26 aeronaves para 5. Nos últimos dias, a empresa já perdeu dez aviões
após as arrendadoras dos jatos vencerem um embate judicial aberto por causa da inadimplência da companhia aérea.
A
situação da Avianca preocupa a Latam, que se comprometeu a ficar
com parte dos ativos da concorrente endividada em um leilão marcado para 7 de
maio. A apreensão decorre do risco de a Avianca não conseguir chegar à data
operando.
"Queremos
que ela (Avianca) esteja operando quando o leilão ocorrer, mas vejo um risco,
sim (de isso não acontecer)", disse Jerome Cadier, presidente da Latam.
No
leilão, o certificado de operação da Avianca será transferido para as sete
Unidades Produtivas Independentes (UPIs), que serão criadas com os ativos da
companhia - basicamente as autorizações de pouso e decolagem (slots) nos
aeroportos. Se
a empresa não estiver operando, a transmissão desses certificados é
inviabilizada.
Das
UPIs que serão criadas, uma terá o programa de fidelidade da Avianca e o
restante, entre 8
e 25 slots. Todas essas unidades já têm voos atingidos pelos
cancelamentos feitos por causa da perda de aeronaves. Não se sabe, no
entanto, qual o
número mínimo de aviões que a Avianca precisa ter para manter a operação de
cada UPI.
Caso
a Avianca consiga sobreviver nas próximas semanas, precisará de nova injeção de capital para
operar até a conclusão das vendas das UPIs, o que não
acontecerá antes de junho. Serão necessários, no mínimo, 30 dias para a análise
do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Segundo
fonte próxima à Avianca, para funcionar, a companhia gasta entre R$ 5 milhões e R$ 6 milhões por dia.
"A operação consome muito caixa. Desde que entrou em recuperação judicial
(em dezembro), menos
pessoas estão comprando passagens deles, o que piora a
situação. Vão sair outros aviões (da frota da Avianca) nos próximos dias e
ficará ainda mais complicado", disse Cadier. "Qualquer prorrogação
que se dá (no processo de recuperação judicial) é um risco a mais para o
negócio . Temos uma pressa tremenda".
A
Latam e a Gol já colocaram, cada uma, US$
13 milhões (R$ 51
milhões) na Avianca. A Gol também se comprometeu a ficar com
pelo menos uma das UPIs. Cadier afirma que a Latam poderá fazer o aporte extra
na empresa em recuperação, mas não disse qual valor seria necessário.
"Existe dúvida em relação a como a Avianca estará operando até o
leilão", disse. A reportagem apurou que a Gol também considera a possibilidade de
injetar mais capital após o leilão. (Estadão)
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