FOTO: Alex Pimentel
Ter um ataque cardíaco não é apenas uma preocupação dos mais velhos. O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) pode acometer com maior frequência pessoas a partir dos 50 anos, mas jovens e adolescentes também estão sujeitos e precisam ficar atentos ao problema. No Ceará, 19.947 pessoas morreram de IAM entre 2014 e 2018. Dentre elas, 490 estavam na faixa etária de 15 a 39 anos, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o que representa aproximadamente 33 óbitos em média por ano.

Para Ednardo Conrado, o caso aconteceu aos 38 anos. O servidor público, atualmente com 52, caminhava pelo Centro de Fortaleza quando começou a sentir os sintomas. Suspeitando de lesão muscular, deu continuidade à rotina até que a dor na região do tórax - que irradiava para os braços - se tornou "horrível", o fazendo suar bastante até "pingar pelos dedos". "Uma dor que você não tem posição para ficar deitado, em pé ou sentado", diz. Apenas no dia seguinte, cerca de 20 horas depois e alguns exames, descobriu que se tratava de um infarto do miocárdio. "Eu tinha uma vida muito sedentária, só trabalhava, ia para casa, dormia mal e fumava muito", relata Ednardo.

De acordo com o professor de cardiologia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e diretor da Unidade de Investigação Cardiológica (Unicordis) do Hospital São Mateus, Ricardo Pereira Silva, essas características do estilo de vida de Ednardo são causas que podem facilitar um IAM. O cardiologista explica que existem 10 fatores imutáveis e mutáveis relacionados ao infarto: idade, sexo masculino, histórico familiar, obesidade, hipertensão, diabetes, tabagismo, sedentarismo, estresse e dislipidemia (colesterol elevado).

No entanto, para além destes, o professor afirma que distúrbios da coagulação e o uso de drogas ilícitas também contribuem para ataques cardíacos em pessoas mais jovens que, nessa fase, apresentam consequências mais letais. "As pessoas que infartam em idade avançada, à medida que as artérias vão ficando obstruídas, o organismo vai fabricando circulações colaterais. No jovem, não há tempo para a permutação dessa circulação colateral, então, muitas vezes, o infarto é fatal", ressalta.

Conforme a Sesa, homens são mais acometidos do que mulheres. Nos últimos cinco anos, o sexo masculino representa 56,12% dos casos entre todas as faixas etárias.     (Diário do Nordeste)

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