Com
o ritmo ainda lento do crescimento econômica e as sucessivas revisões das
previsões para este ano, a taxa de desemprego voltou a crescer. E com ela, o
tempo de procura – 100 mil pessoas, 21,4% dos desempregados no Estado, já estão
buscando uma vaga de trabalho há mais de dois anos, segundo o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A maioria (48,6%) demora de um
mês a um ano para se inserir no mercado.
"Isso
faz com que muitas pessoas acabem simplesmente desistindo de conseguir uma
recolocação, caindo no que chamamos de desalento", destaca Mardônio Costa,
analista de mercado de trabalho do Instituto de Desenvolvimento do Trabalho
(IDT). No Ceará, 400 mil pessoas já se encontram nessa situação.
Diante
disso, o mercado de trabalho deve demorar para reagir. Segundo especialistas, o
nível de desemprego só deve voltar a patamares aceitáveis em quatro ou cinco
anos. A sinalização é do presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de
Finanças do Ceará (Ibef), Luiz Antônio Trotta Miranda. “E essa previsão ainda
está condicionada à reação da economia. Se as previsões atuais não se
cumprirem, isso pode demorar ainda mais”, ressalta Luiz.
No
Ceará, a taxa de desocupação chegou a 11,4% no primeiro trimestre deste ano,
alcançando 467 mil pessoas O presidente do Ibef explica que é natural o aumento
do desemprego neste período com o desligamento dos temporários contratados nos
últimos meses do ano.
“Mas
essa queda foi realmente por um desaquecimento da economia. Esperava-se que o
mercado fosse absorver uma parte da mão de obra temporária, o que não
aconteceu”, pontua Luiz. Ele ainda acrescenta que a previsão inicial era de
encerrar 2019 com a taxa de desocupação em 12% em todo o Brasil. (Diário do Nordeste)
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