As universidades federais do
País tiveram R$ 2,2
bilhões bloqueados para uso, o que corresponde a 25,3% do que elas tinham
de recursos para investimento
e custeio de suas instalações e cursos no ano - fora o
salário de servidores. Como estão desde 2015 sem correção dos orçamentos pela
inflação, as instituições temem não conseguir manter todas as atividades de
ensino, pesquisa e extensão.
"Estamos
há anos nos adaptando a orçamentos cada vez menores e mais alunos. Chegamos ao
limite", diz Reinaldo Centoducatte, presidente da Andifes e reitor da
Universidade Federal do Espírito Santo. Para se adequar ao novo orçamento, as
instituições dizem que vão ter de cortar
despesas como energia elétrica e serviços como limpeza e segurança.
Uma das maiores e mais prestigiadas do País, a Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ)
teve 39,74% das verbas bloqueadas, o que representa R$ 114 milhões. Além das
despesas básicas, a instituição diz que o contingenciamento vai impedir o
"desenvolvimento de obras e compra de equipamentos utilizados em
instalações como laboratórios e hospitais".
A
Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
onde o ministro é professor, diz que o bloqueio de recursos vai forçar a
instituição a reduzir
custos com água, luz e contratos de manutenção. Em nota, a
reitoria disse que vai discutir com a comunidade a situação. O bloqueio de
verbas para os institutos
federais foi superior ao das universidades, com
contingenciamento de 34,5%. "Antes estávamos enxugando a gordura para
reduzir custos. Agora, estamos raspando o osso. Não temos mais como reduzir os
gastos sem prejudicar a qualidade do ensino", disse Luís Claudio Lima,
diretor do campus de São Paulo do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). (Estadão)
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