Após o Tribunal Superior do Trabalho determinar, este ano, a legalidade da aplicação do teste do bafômetro em funcionários mediante regras, algumas empresas do setor de indústria do Cariri consideram implementar a ação visando a segurança dos trabalhadores. Antes, apenas empresas de transporte e logística aplicavam o teste em seus funcionários. 

A determinação se deu após um trabalhador processar uma empresa em Minas Gerais por danos morais após ser submetido ao teste, alegando constrangimento. No entendimento da Justiça, como os testes eram aplicados de maneira aleatória e impessoal, a empresa não feriu a privacidade do funcionário. 

Segundo explica a advogada especialista em Direito Empresarial e do Trabalho, Carolinne Castro, a ação deve ser previamente divulgada, de escolha aleatória, impessoal, sigilosa e sem constrangimento. "Os funcionários não podem ser pegos de surpresa com a medida, mas uma vez que esteja conhecida, pode-se escolher dias aleatórios", informa.

A medida vale para todos os tipos de empresas, de indústrias à micro empreendimentos, como lojas e escritórios, e é baseada na Lei Seca, ou seja, não há taxa mínima de álcool no organismo. Caso tenha resultado positivo, o empregado poderá ser demitido por justa causa.

SEGURANÇA

Para quem trabalha na gestão da indústria a nova possibilidade de fiscalização foi vista com bons olhos. "É uma oportunidade de conscientização sobre os efeitos do álcool no trabalho, que afeta diretamente a segurança deles mesmos", reflete a gerente de uma indústria de calçados, Meire Barbosa.

Coordenando aproximadamente 200 funcionários, ela acredita que a ação inibiria casos de funcionários indo trabalhar alcoolizados, ainda bêbados ou passando mal de ressaca. A cena de funcionários bêbados ou alcoolizados é mais frequente do que se gostaria, diz.

Alcoolizado, um trabalhador perde os reflexos, parte da coordenação motora e pode ocasionar acidentes em si próprio como aos colegas. Para o gestor de injeção mecânica Pedro Flores, que apoia a medida, "a coisa mais traumática nesse tipo de trabalho é ter uma pessoa acidentada, mutilada por um deslize. Por isso valorizamos a segurança no trabalho", afirma.

Estatísticas da Organização Mundial do Trabalho (OIT) apontam que 20% a 25% dos acidentes de trabalho no mundo envolvem pessoas intoxicadas que se machucam a si mesmas e a outros. São em média 500 mil por ano e quatro mil deles resultam em morte. Os setores mais afetados são: construção civil, indústrias metal-mecânica, eletro-eletrônica, moveleiras e madeireiras.       (Por Alana Soares – Site Miséria)

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