Segundo deputados e senadores que encabeçam o movimento, a ideia é impedir que o colegiado tenha quórum mínimo para funcionar. FOTO: Marcos Oliveira |
Ao
longo da semana, foram desligados 22 membros de dez partidos diferentes - DEM,
PP, PR, PTB, Solidariedade, PSB, PSD, PT, MDB e PROS - e novos desligamentos
devem ocorrer na semana que vem, o que deve inviabilizar o início da comissão. Entre os
que já avisaram que vão sair está o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP). A
primeira reunião foi suspensa após a instalação, na quarta-feira (8).
O
movimento foi liderado pelo presidente do Solidariedade, Paulo Pereira da Silva
(SP), o Paulinho
da Força, com apoio de líderes da oposição e do Centrão.
"Não concordamos com esse radicalismo que o governo está colocando e que
praticamente destrói a estrutura sindical", disse ele ao
Estadão/Broadcast. "Conversamos com os membros e, para não ficar com essa
história de toda semana ficar tentando instalar, acharam melhor se retirar do
colegiado", disse Paulinho.
A
debandada da comissão foi determinada pelos líderes partidários e pegou alguns
parlamentares de surpresa. O deputado Pedro Lucas Fernandes (PTB-MA) afirmou
que não sabia que havia sido desligado. "Estou esperando ver o que
acontece. A MP está parada, ninguém indicou nada."
O
líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), admitiu que a estratégia foi
uma retaliação
ao governo. "O critério que estão estabelecendo para a
distribuição de MPs não é o que havia sido acordado", disse. Braga reclama
do fato de o MDB, que tem a maior representação no Senado, ter recebido apenas
uma relatoria até agora, enquanto bancadas menores já receberam mais. As quatro
MPs enviadas por Bolsonaro que já têm relator estão com PSC, DEM, PSDB e
Solidariedade.
O
mesmo fim pode ter a MP 870,
que reduziu de 29 para 22 o número de ministérios. Apesar de a medida ter sido
aprovada na comissão especial anteontem com diversas alterações - como a
retirada do Coaf do Ministério da Justiça -, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), indicou
que pode não haver tempo
hábil para votá-la no plenário e ainda passar pelo Senado.
A MP perde a validade no próximo dia 3.
(Estadão)
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