FOTO: Lorena Tavares |
Como
uma grande confraternização, a concentração começou cedinho, às 6h30, no
Mercado Central, onde é servido um tradicional café da manhã para os
carregadores. Em seguida, o grupo partiu para a Igreja Matriz de Santo Antônio,
onde é realizada a bênção.
Os
carregadores, então, partiram em caminhada até o Sítio Flores, onde o
angico já tinha sido escolhido. “A gente já vem namorando com essa árvore há um
mês e meio”, explica o capitão dos carregadores, Rildo Teles. O tronco foi
escolhido por ser reto. “Embora seja bastante pesada, vamos poder dividir com
os carregadores. Há um compromisso. O desafio é grande, mas vamos conseguir”,
reforça Rildo.
Aproximadamente
200 carregadores farão parte do cortejo do pau da bandeira de Santo Antônio, no
dia 2 de junho, principal data da festa. A árvore passará 15 dias descansando
na “cama”, como foi batizado o local onde o angico fica exposto para secar e
perder líquido, consequentemente, ficar mais leve.
Carregadores seguem até a Matriz para receber a bênção. FOTO: Lorena Tavares |
“A
renovação é dada pela nossa fé e principalmente pelo respeito a nossa tradição.
Repetir algo feito mais de uma centena de vezes. Nesse período, tem o
sentimento de fazer o melhor por sua cidade. Barbalha é única no país. Para
nós, é motivo de alegria. Hoje, estamos dando início oficialmente. Aqui é
motivo de confraternização. Há uma irmandade entre os carregadores”, garante
Rildo.
A
expectativa é que circulem entre 500 a 600 mil pessoas, na Festa de Santo
Antônio de Barbalha, que acontece entre os dias 1º e 13 de junho. Só no dia 2,
no domingo, quando ocorre o tradicional carregamento do pau, são esperados 350
mil brincantes. Mano Walter, Xand Avião, Gabriel Diniz e Jonas Esticado
são algumas das atrações que fazem parte da programação.
A
Festa do Pau da Bandeira de Santo Antônio, em Barbalha, é reconhecida
como Patrimônio Cultural de natureza imaterial do Ceará. A decisão do
IPHAN ocorreu no dia 13 de dezembro do ano passado. O ato permite ao governo
estadual implementar uma política efetiva voltada para o evento, com ações de
salvaguarda por seu valor histórico, cultural e religioso. Em 2015, o
festejo entrou no livro das celebrações registradas como Patrimônio
Cultural Imaterial do Brasil, a primeira no Estado a ter esse
reconhecimento. (Por
Antônio Rodrigues – Blog Diário Cariri)
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