O
ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva afirmou na sexta-feira (3) que
estuda pedir
progressão de regime para sair da prisão devido à
condenação no caso do tríplex de Guarujá (SP).
Em
entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, ele disse que autoriza sua defesa a
entrar com esse pedido de benefício, mas desde que isso não configure uma confissão de culpa.
"Eu
quero ir pra casa. Agora, se eu tiver que abrir mão de continuar a briga pela
minha defesa, eu não tenho nenhum problema de ficar aqui", afirmou Lula,
que teve depois uma reunião com advogados para discutir sobre eventual pedido
de ida ao semiaberto.
Parte
do conteúdo da entrevista de Lula foi antecipada por Kennedy Alencar em seu
blog.
Foi
a segunda vez que o ex-presidente falou à imprensa depois de ter sido preso em
Curitiba, em abril de 2018. A primeira foi no último dia 26, quando recebeu a
Folha de S.Paulo e o jornal El País, após a queda da proibição imposta pelo Supremo Tribunal
Federal (STF).
Após
a nova entrevista de Lula, nesta sexta (3), a defesa do petista disse que
"serão analisados e requeridos todos os seus direitos" após
recente decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que reduziu sua
pena.
Em
abril, a quinta turma do tribunal baixou a pena do ex-presidente de 12 anos e
um mês de prisão (conforme determinado na segunda instância) para 8 anos, dez
meses e 20 dias. A decisão abriu caminho para que ele deixe o regime fechado ainda neste ano,
a partir de setembro.
Mas
há uma interpretação entre alguns advogados de que o período de um ano e um mês
que ele passou preso poderia ser já abatido da pena aplicada pelo STJ. Com
isso, a pena ficaria inferior a oito anos de prisão, autorizando já a progressão
para o semiaberto.
A
Lei de Execução Penal permite a progressão para o regime semiaberto ao preso
que tiver ficado em regime fechado um
sexto do período determinado na condenação, desde que tenha bom
comportamento.
Na
entrevista a Kennedy Alencar , Lula afirmou: "Por que você acha que
eu digo que não troco a minha dignidade pela minha liberdade? Porque, de vez em
quando as pessoas falam 'Ah, mas agora foi julgado e tem a tal da detração
[penal] e você já pode sair'. Obviamente, quando os meus advogados disserem
'Lula, você pode sair', eu vou sair. Só sairei daqui se qualquer coisa que
tiver que tomar decisão não impedir de eu continuar brigando pela minha
inocência".
Na
semana passada, Lula disse ainda à Folha de S.Paulo e ao El País que visava
"desmascarar" o agora ministro da Justiça, Sergio Moro, que o condenou em
2017 a nove anos e seis meses de prisão, no âmbito da Operação Lava Jato, pelo
caso do tríplex de Guarujá.
(Folhapress)
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