O Governo Bolsonaro sofreu, nesta terça, uma derrota no Plenário do Senado, que derrubou os dois decretos que flexibilizam a posse e o porte de armas, uma das promessas da campanha eleitoral. A decisão ainda depende da análise pela Câmara dos Deputados, mas o Palácio do Planalto já estuda medidas para garantir o que chama de “direito à legítima defesa” dos cidadãos.

Questionado antes da votação no Senado, Bolsonaro já sinalizava a expectativa de uma derrota no Plenário, que acabou confirmada no fim do dia. O presidente disse que irá determinar ao ministro da Justiça, Sergio Moro, que a Polícia Federal não dificulte quem quiser ter armas em casa. 

“Não tem plano B (caso o decreto seja derrubado). A Polícia Federal está sob meu comando. No Brasil, o grande reclamo do pessoal do passado era que a PF, na questão de efetiva necessidade, tinha dificuldade… Eu, como presidente, isso vai ser atenuado, porque vou determinar, junto ao ministro Sergio Moro, que tem a PF abaixo dele, para a gente não driblar, e não dificultar quem quer, porventura, ter arma em casa”, afirmou Bolsonaro.

O placar da votação mostrou o tamanho da desvantagem do Governo. Por 47 votos a 28, o Plenário do Senado decidiu derrubar os decretos do presidente. Na Câmara, o tema deverá tramitar em regime de urgência, indo direto para o Plenário. Não há, porém, prazo para a votação.

Se também for derrotado na outra Casa, o Governo cogita recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) por entender que o projeto de decreto legislativo (PDL), votado nessa terça-feira para sustar o decreto, é inconstitucional por interferir no mérito da norma editada pelo Executivo.

Mesmo assim, quando questionado o que faria se fosse derrotado, Bolsonaro respondeu nesta terça: “Eu não posso fazer nada. Eu não sou ditador, sou democrata, pô”.

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