Jornalista Glenn Greenwald participa de audiência pública na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. FOTO: Valter Campanato |
Desde
o início do mês, o The Intercept vem divulgando trechos de supostas conversas
que Moro teria mantido com integrantes da força-tarefa da Lava Jato quando
ainda era juiz da 13ª Vara da Justiça Federal, em Curitiba, onde é
julgada parte dos processos da Lava Jato.
O
ministro tem afirmado que as mensagens veiculadas pela imprensa foram tiradas
de contexto e podem ter sido adulteradas. Moro informou que
usava o aplicativo de mensagens Telegram para “agilizar” os contatos com
procuradores da força-tarefa da Lava Jato necessários à execução de
procedimentos legais e que suas conversas não revelam nenhuma ilegalidade,
tendo sido obtidas “criminosamente” por hackers que
interceptaram as comunicações de autoridades.
Segundo
Glenn Greenwald, o ministro não apontou até o
momento qualquer material específico publicado em que
possa ter ocorrido adulteração.
O
The Intercept afirma ter recebido de uma fonte anônima um imenso
arquivo contendo mensagens em texto e áudio. A equipe de jornalistas do sitegarante ter apurado
a veracidade das informações. Para os jornalistas, as conversas indicam que
Moro infringiu o código da magistratura ao ajudar os procuradores da República
a instruírem o processo penal, sugerindo a ordem de deflagração de operações
policiais da Lava Jato e indicando testemunhas a serem ouvidas pela acusação.
O site diz que
não revelará a origem das mensagens. A Constituição Federal reserva a todo
jornalista o direito de não revelar suas fontes de informações.
Ontem (24), o ministro Sergio Moro anunciou que, devido a sua viagem aos
Estados Unidos, não compareceria à audiência pública que as comissões de
Trabalho, Administração e Serviço Público e de Direitos Humanos e Minorias da
Câmara dos Deputados tinham marcado para esta quarta-feira (26). O convite
a Moro tinha o objetivo de obter esclarecimentos sobre as notícias que vêm
sendo publicadas pelo site The
Intercept Brasil, em parceria com o jornal Folha de S.Paulo e do programa O É Da Coisa, transmitido pela
rádio BandNews FM.
Na
semana passada, Moro passou mais de oito horas falando sobre o assunto aos
membros da Comissão de Constituição e Justiça do Senado. O ministro disse
várias vezes que não se recordava das mensagens, colocando em dúvida a
autenticidade delas. Ele disse ainda não ter apego ao
cargo e que, se que houver qualquer irregularidade comprovada, ele deixará
a função. (Agência Brasil)
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