A reportagem esteve no local na última quarta-feira (19) FOTOS: Camila Lima |
A
reportagem esteve no Hias na manhã desta sexta-feira (21) e na tarde da última
quarta-feira (19). Dirigente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de
Saúde do Estado do Ceará (Sindsaúde-CE), que teve a identidade preservada,
confirmou o quadro de superlotação da unidade.
“Isso
acontece e está acontecendo. Eu tive a confirmação de uma servidora que deu
plantão noturno e saiu hoje de manhã. Então, eu creio que de 7h pra cá, não
acabou essa superlotação”, diz, ressaltando que a profissional a comunicou que
“tinha crianças no corredor até o registro do ponto e o bloco cirúrgico”.
Ainda
de acordo com a servidora, “18 leitos de corredor” foram legalizados pela
Central de Regulação, no ano passado, para serem usados apenas em situações
emergenciais. “Mesmo que o leito seja legalizado pela Secretaria de Saúde, eles
não eram para estar no corredor. Esse leito fica no trânsito de todos os
profissionais, no trânsito de visitantes, perto das máquinas, isso é até
um risco para as crianças”.
Drama
A
autônoma Roberta Ferreira chegou ao Albert Sabin com o filho de apenas dois
anos na noite de terça-feira (18). Por apresentar febre e fortes dores
abdominais, a criança precisou ficar internada. O leito foi disponibilizado
sete horas depois da admissão do paciente, por volta de 3 horas da madrugada
desta quarta-feira (19). Porém, o menino segue no corredor do hospital.
Segundo
a mãe, são tantos internados no corredor que o acesso de pacientes e equipe
médica fica dificultoso. “Não cabe mais nenhuma. É uma briga para passar alguém
ali porque está muito lotado. Quando alguém vai passar, eu preciso levantar,
afastar a maca do meu filho e tirar a cadeira onde eu fico sentada”.
Além
da falta de leito nos quartos, o hospital é motivo de queixa também por falta
de equipe médica. Um motoboy, que pediu para não ser identificado, precisou
voltar para casa após sua filha de três anos diagnosticada com infecção
urinária, não ser submetida a um exame. “Não tem médico para fazer o ultrassom.
Ele só retorna às 18h”, lamenta.
Embora
tenha sido questionada sobre a quantidade de pacientes internados nos
corredores, os motivos e a prazo para resolução do problema, a assessoria de
comunicação do Hias informou apenas que o aumento da demanda é comum nesta época
de calor intenso e chuvas, mas garante que todas crianças recebem atendimento.
“O
hospital ressalta que está em execução o plano de contingência, com reforço dos
protocolos de assistência e segurança à saúde dos pacientes, ações que têm
garantido atendimento a todas as crianças mesmo com a alta demanda”. (Diário do Nordeste)
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