Apesar da representatividade da caprinovinocultura - criação de caprinos e ovinos - ainda ser baixa no Cariri, a cultura tem ganhado visibilidade nos últimos anos. São entre 100 e 150 mil cabeças de caprinos existentes na região, com economia mais voltada para a produção de carne, tanto caprina quanto ovina. A produção de leite caprino também desponta entre os novos investimentos na caprinovinocultura, que têm potencial para geração de emprego e renda, desde a fabricação de queijos e outros laticínios ao trabalho com a fabricação de sandálias, bolsas e cintos.

De acordo com Rutemberg Fortaleza, que é Engenheiro Agrônomo/Especialista e Pós-Graduado em Produção Animal de Pequenos Ruminantes, a caprinovinocultura tem grande potencial para ser desenvolvida no semiárido. Como informou, ambas as espécies, caprina e ovina, possuem alta adaptabilidade, rusticidade, produtividade e fertilidade que contribuem para sua adaptação às condições do Nordeste. Ele conta que prova disso é que, no período de seca recém-enfrentado pelos nordestinos, os caprinos e ovinos foram os animais domésticos que apresentaram menor diminuição no rebanho, demonstrando seu potencial.

Rutemberg, que também atua como consultor na área de caprinos e ovinos e inspetor de registro genealógico da Associação Brasileira dos Criadores de Caprinos (ABCC)/ Associação dos Criadores de Ovinos e Caprinos do Estado do Ceará (Acocece), lamenta a falta de investimentos ao longo da história dentro do setor. “É uma atividade que tem um potencial enorme, que pode gerar emprego. Só precisa que tenhamos um melhor direcionamento das ações realizadas em prol da atividade e que os investimentos sejam feitos de forma correta, sempre buscando uma eficiência do processo, com fins em resultados eficientes”, relata.

Entre as ações feitas, ele destaca a de algumas secretarias de Agricultura, que atuam mesmo com poucos recursos; a atuação de técnicos que promovem assistências técnicas; órgãos do Estado com projetos direcionados para a região, como a aquisição de animais e equipamentos etc. Apesar de todo empenho, ele acredita que o resultado não surte o devido efeito. “Ao meu ver, é feito muito pouco pela atividade”, conta, ao acrescentar que ainda é a questão do apoio institucional à atividade ainda é muito incipiente. “Se eu pudesse numerar esse apoio, de zero a dez, diria que estamos em dois”, completa, ao dar os principais méritos pelos avanços ao esforço dos criadores.

Fóruns
Através da Acocece estão ocorrendo, por todo Ceará, o Fórum Estadual da Caprinovinocultura. Na região do Cariri, o evento reuniu entidades e criadores. A intenção é fazer levantamento da atividade, a nível estadual, para criação de um documento com os principais problemas levantados pela base e possíveis soluções. “Vamos formatar um documento por região, que dará surgimento a um documento estadual. Vamos em cada uma das instituições que exercem algum trabalho com a caprinovinocultura, para que possamos discutir com cada uma delas, dar um direcionamento ao que achamos que deve ser feito em prol da atividade e ver a responsabilidade de cada instituição”, enfatiza Rutemberg, que finaliza ao dizer que os esforços, daqui para frente, incluem o trabalho com a questão do mercado e da comercialização.            (Jornal do Cariri)

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