Naira e os filhos Zion e Axel: família estimula a leitura em diversos
horários da rotina dos bebês. FOTO: Thiago Gadelha
A busca dos pais para incentivar seus filhos a criar apreço pela leitura, por si, já é um passo valioso. No entanto, como fazer as crianças se afetarem pelos livros, logo na primeira infância - fase reconhecida como a mais “absorvente” na vida do ser humano, torna-se um desafio para os cuidadores. Junto aos bebês, ou seja, entre os pequenos de 0 a 3 anos e meio de idade, os adultos desenvolvem o cuidado frente à tendência de falta de concentração dos filhotes, por exemplo, dentre outras limitações.  

No entanto, segundo a contadora de histórias e pedagoga Carol Bittencourt, a expectativa dos pais deve ser deixada de lado, para que o hábito se estabeleça de uma maneira mais prazerosa. Quando o adulto senta com um livro e conta uma história, é normal que a criança se desconcentre, faça outra coisa, e oscile o interesse entre a leitura e outros estímulos do ambiente.   

"A gente imagina que vai sentar, contar uma história, a criança vai ouvi-la, e será mágico, mas não é assim que funciona. Os bebês estão na fase oral e tudo querem tocar, experimentar, colocar na boca. Como a gente está falando de formação de hábito, é importante levar os livros, propor a leitura. Mas é bem comum que a criança se disperse, e tudo bem”, expõe Carol.  


Mãe de Ana, 1 ano e meio de idade, a pedagoga observa que os pais precisam ter o desprendimento material também, em relação aos livros. Se o bebê rasgar o livro, faz parte da interação. O que importa, ainda, é atentar para a escolha das publicações, sem subestimar a inteligência da criança.  

“Numa livraria, quando você busca livros para crianças de até três anos, é comum você encontrar aqueles cartunados, ou livros de banho. Mas, na grande maioria, eles não têm um enredo bonito, uma história, uma ilustração. Então é importante que os pais escolham um livro que lhes agradem também”, orienta. 

A pedagoga reflete como o hábito de ler para as crianças pode ser uma tarefa bem agradável para os pais. Como mediador da leitura, o adulto precisa acreditar no texto que está lendo e sugerir, à criança, que se envolva com as imagens e demais elementos da narrativa, para além da “moral da história”.
  
"Que você imagine o lugar, faça uma voz de suspense, acelere o ritmo. E essa brincadeira só vai acontecer se toda a família gostar daquele livro. Fazer perguntas do tipo ‘quem você queria ser nessa história?’. Isso contribui muito na formação desse leitor”, distingue Carol Bittencourt.          (Diário do Nordeste)

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