Foto tirada em julho deste ano mostra que situação piorou no lixão de Iguatu. FOTO: Antonello Veneri |
Doze anos depois, retornou ao Município.
Ele conta que esperava encontrar uma realidade diferente. Mas seus anseios não
se configuraram. "A situação piorou. A montanha de lixo aumentou
bastante", lamenta o fotógrafo que percorre o Brasil "documentando
comunidades que lutam para uma vida melhor".
Antonello
lamenta a permanência dos lixões em cidades interioranas e ressalta que, em
alguns casos, eles acabam marcando negativamente o município. "Em Iguatu, o
lixão é o cartão-postal. Quem chega na cidade já se depara com a montanha de
lixo e a intensa fumaça", relata. O novo anseio de Antonello é de que os
próximos anos sejam marcados por avanços. "É importante a substituição por
aterros sanitários", pontua ele, que voltará a Iguatu. Diariamente, 60
toneladas são depositadas no lixão de Iguatu.
Luz no fim
do túnel
A problemática, no entanto, pode estar
perto do fim. Iguatu e outras seis cidades do Centro-Sul assinaram acordo para
uma gestão integrada de resíduos sólidos. As cidades protocolaram acordo para a
formação do Consórcio Regional de Resíduos Sólidos do Alto Jaguaribe (Corraj).
A medida visa pôr fim aos lixões de Iguatu, Acopiara, Catarina, Cariús,
Quixelô, Jucás e Saboeiro, atendendo, assim, aos requisitos da política
nacional e estadual para preservação do meio ambiente com fundos, protocolos,
criação da taxa do lixo e com a definição de destino dos recursos financeiros
do Fundo Municipal de Meio Ambiente.
Por unanimidade, Iguatu foi escolhida
para sediar a gestão deste consórcio, que prevê a construção de centrais
municipais de resíduos em cada município e "ecopontos" para entrega
voluntária. A proposta de criação do consórcio foi apreciada e aprovada pelas
Câmaras de Vereadores dos respectivos municípios.
O próximo passo, conforme Marcos Ageu,
secretário de Meio Ambiente e Urbanismo de Iguatu, é enviar toda a documentação
necessária para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema). A expectativa é
que, no início de 2020, o consórcio já esteja em vigência. No mês passado, o
Município iniciou o projeto-piloto de coleta seletiva no Bairro Cajazeiras,
região mais afetada pelo lixão de Iguatu.
O resultado, segundo avaliação de Ageu,
é de que a população precisa "andar junto com o consórcio". "Não
adianta se construir um aterro, se a população não está preparada para um
processo de coleta seletiva. Um aterro sem esse processo de separação torna-se
um lixão num futuro breve", pontuou o secretário.
INCENTIVO
Para as cidades que de forma consorciada
trabalhem o tratamento dos resíduos sólidos, o Governo do Estado vai repassar
2% do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Já a partir do
próximo ano, os setes municípios do Centro-Sul esperam contar com o benefício. (Diário do Nordeste)
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