FOTO: Clauber Cleber Caetano
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O
presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a falar em cocô nesta segunda-feira
(12), em Pelotas, no Rio Grande do Sul, durante cerimônia para inaugurar
duplicação de 47 km, de um total de 211 km, da BR-116 que liga Porto Alegre ao
Porto de Rio Grande.
Diferentemente
da vez anterior, quando Bolsonaro sugeriu fazer
cocô em dias alternados para preservar o ambiente, o presidente
afirmou agora que fezes de indígenas podem atrapalhar licenciamentos de obras
importantes.
“Quando
falam em terminal de contêiner, vale a pena. Há anos um terminal de contêiner
no Paraná, se não me engano, não sai do papel porque precisa agora também de um
laudo ambiental da Funai. O cara vai lá, se encontrar —já que está na moda— um
cocozinho petrificado de um índio, já era. Não pode fazer mais nada ali. Tem
que acabar com isso no Brasil. Tem que integrar o índio na sociedade e buscar
projeto para nosso país”, disse o presidente.
Bolsonaro não
especificou qual obra estaria sendo prejudicada por “cocozinho petrificado” de
indígenas. No Paraná, porém, diferentes comunidades indígenas guaranis
vivem próximas a áreas com obras que dependem de laudos da Funai (Fundação
Nacional do Índio).
A
participação da Funai nos
licenciamentos ambientais de obras que afetam áreas indígenas
está prevista na Constituição. A Funai pode
se manifestar em todas etapas, da licença prévia à operação.
“A
Constituição Federal brasileira de 1988 prevê a garantia dos direitos
indígenas. No § 3º do art. 231, ela estabelece que o aproveitamento dos
recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra
das riquezas minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas”, informa o
órgão.
Bolsonaro
também comentou sobre sua sugestão de alternar os dias de fazer cocô para
preservar o ambiente. Ele disse que foi uma resposta a uma “pergunta idiota de
um jornalista” e chamou o profissional também de idiota.
“Respondi
que é só você cagar menos que com certeza a questão ambiental vai ser
resolvida”, disse em Pelotas, ao ser questionado se suas declarações não
acirravam a polarização política do país.
(Folha de São
Paulo)
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