O
Ministério Público do Estado do Ceará participa
nesta quinta-feira (15) de uma operação nacional contra facções criminosas. No
Ceará, as operações foram chamadas de “Jericó” e “Al Qaeda” e são
cumpridos 35 mandados de prisão e 29 de busca e apreensão nas cidades de
Fortaleza, Independência, Sobral, Juazeiro do Norte, Groaíras, Aquiraz,
Maracanaú e Pacatuba.
A
ação conjunta foi planejada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações
Criminosas (GNCOC), do Ministério Público. As investigações estão sendo
realizadas simultaneamente também nos estados do Acre, Alagoas, Amapá,
Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Rio de Janeiro.
Com
auxílio de forças policiais, os GAECOs de cada um desses estados cumprem mais
de 300 mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de grupos
criminosos.
Além
do GAECO, as promotorias de Justiça
de Juazeiro do Norte, Sobral e Independência também estão
envolvidas no trabalho. A ação conta com o apoio da Secretaria da Segurança
Pública e Defesa Social, através das Polícias Civil, Militar, e da Coordenadoria Integrada de Planejamento
Operacional (Copol); e da Secretaria de Administração Penitenciária, por meio
da Coordenadoria de Inteligência
(Coint).
Operação
Jericó e crimes controlados dentro de presídios
A
“Operação Jericó” teve início a partir de informações fornecidas pela
Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública e Defesa
Social, que apontaram a atuação de quatro organizações criminosas no Estado do
Ceará, notadamente a facção conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo
o documento, o crime organizado no Estado estaria sendo controlado de dentro
das unidades penitenciárias.
Foi
revelada a existência de um complexo esquema criminoso composto, em sua
maioria, por membros de posições de comando dentro da facção PCC e por
indivíduos a eles relacionados. Apurou-se que entre os meses de novembro de
2018 e fevereiro de 2019, os investigados praticaram uma série de crimes,
principalmente tráfico de drogas, associação para o tráfico, comércio irregular
de arma de fogo e o planejamento de homicídios e ataques a agentes e a
equipamentos públicos, tanto na capital quanto no interior do
Estado. Foram identificados 18 suspeitos de participam nesse esquema
criminoso.
Operação
Al Qaeda
A
“Operação Al Qaeda” também tem relação com a facção PCC, sendo um desdobramento
da “Operação Saratoga”, deflagrada também pelo GAECO do MPCE em dezembro de
2017.
De
acordo com as investigações, o PCC estaria aumentando sua influência aqui no
Estado e ampliando consideravelmente o número de “batismos”, com o objetivo de
consolidar o comando de todas as unidades prisionais da Região Metropolitana de
Fortaleza, e ampliar a atuação tanto dentro quanto fora dos presídios.
O
Ministério Público iniciou as investigações e conseguiu descobrir um extenso esquema
criminoso. De acordo com o apurado, entre os meses de maio de 2015 a julho de
2016, a facção praticou uma série de crimes, como tráfico de drogas,
homicídios, ameaças e ataques a agentes e equipamentos públicos.
O
grupo contava com uma vasta rede de comparsas que atuavam como gerentes
das “bocas” de tráfico, como “correrias” (pessoa que vende droga e repassa
informações) e como “laranjas”, que forneciam suas contas bancárias para a
movimentação do dinheiro escuso.
Os
envolvidos também realizavam ameaças e roubo de veículos para levantar fundos
para os negócios ilícitos. Também foram utilizados cooperados para a combinação
de ataques a ônibus e a delegacias de polícia, inclusive com a possibilidade de
morte de policiais. Ao todo foram identificados 17 indivíduos que participavam
ativamente desse esquema criminoso, cada um com função específica e bem
delineada dentro da organização.
(Fonte:
Diário do Nordeste)
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