Além da florada amarela, que ocorre em setembro, existem também os ipês roxo, branco, azul, rosa e verde FOTO: ELIZANGELA SANTOS |
Essa
beleza natural, no entanto, pode estar ameaçada. Se historicamente a árvore era
comum na região, agora a população percebe que a árvore está cada vez mais
difícil de ser encontrada. Para o ambientalista e biólogo William Brito, o
desmatamento e as queimadas são os principais fatores para diminuição dos ipês
na região.
Além
deste agente antrópico, o estudioso destaca outro fator que dificulta o
surgimento de novas unidades. "Um ipê leva três anos para florescer. Neste
período, está sujeito a muita coisa. Um dos problemas que acontecem,
principalmente no Cerrado brasileiro, são as chuvas, que estão demorando mais a
chegar por conta das mudanças climáticas. Acontece que a semente cai no chão e
as chuvas não chegam", justifica.
Alternativas
O
ambientalista acredita que uma das saídas para mudar esse cenário é plantação
de ipê no perímetro urbano, principalmente nas praças. "Em vez de ter
espécies exóticas, por que a gente não planta as nativas?", provoca. Além
disso, lembra que a própria Colina do Horto, onde está a estátua do Padre
Cícero, já abrigou diversos ipês.
"Poderia
ter ali e também na encosta do Caldas (em Barbalha). O poder público tem que se
engajar. Multiplicar as espécies nativas e aplicá-las, adequadamente, nas
cidades", completa.
A
alternativa sugerida pelo ambientalista começou a ser adotada em abril do ano
passado. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de Juazeiro do Norte
(Seagri) deu início ao Programa de Agricultura Urbana do Município, que
desenvolve os projetos "Saúde na Mesa", "Farmácia Verde" e
"Jardins Florestais".
Os
dois primeiros já estão funcionando, com a criação de hortas em escolas, postos
de saúde e outros prédios, incluindo plantas medicinais. Já este último, prevê
justamente o cultivo de plantas nativas da região, incluindo o ipê, e também
frutíferas em praças e outros equipamentos públicos. As mudas serão levadas, no
início de outubro, para plantio nas praças dos bairros Santa Tereza, Campo
Alegre e Centro.
Os
ipês também são denominados de "Tabebuia", "pau-d'arco",
"peúva" e "paratudo". Os nomes são múltiplos, assim como sua
variedade de cores: amarelo, roxo, branco, azul, rosa, verde. No Cariri, seu
tronco foi importante tanto para a população indígena quanto para a instalação
dos primeiros engenhos de açúcar. A árvore é encontrada nas zonas urbana e
rural.
(Diário
do Nordeste)
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