FOTO: Lícia Maia |
A
abertura da noite foi feita ao som dos poemas cantados de Tião Simpatia, onde o
artista explica e difunde a Lei Maria da Penha. Com seus versos, Tião recebeu a
própria Maria da Penha no palco, abrindo as homenagens. Em seguida, das mãos de
Tássio Honorato, a cearense recebeu o título de cidadã Barbalhense. Tiago
Esmeraldo fez as honras pela cidade do Crato e, representando o Juazeiro, a
própria autora do Projeto de Lei que confere a cidadania do município à ativista,
Jacqueline Gouveia, que entregou a placa junto de Auricélia Bezerra. Maria da
Penha também recebeu uma Honra ao Mérito vinda o Lions Club do Crato.
Na
ocasião, Maria da Penha contou um pouco de sua história e de sua luta por
justiça. “Foram 19 anos e seis meses”, conta ela, lembrando do tempo que seu
agressor levou para ser punido após tentar matá-la por duas vezes.
“Isso
de em briga de marido e mulher não se mete a colher é coisa do passado, quando
você ouvir alguma mulher sendo agredida ligue para o 180 ou denuncie à polícia
local”, reforça Maria da Penha. “Os homens também podem ajudar se inteirando
sobre a Lei e esclarecendo e convencendo um amigo, um vizinho, discutindo sobre
o comportamento agressivo que eles possam ter”, explica.
Maria
da Penha ainda enfatiza que, para ajudar na efetividade da proteção às
mulheres, é necessário que os pequenos municípios criem um centro de referência
da mulher, seja dentro de um posto de saúde ou de um hospital, e que a mulher
seja sinalizada de que terá um abrigo seguro tanto para ela como para os
filhos.
“Desde
o ano passado a gente não sente mais a criação de políticas públicas como
deveria ser”, relata a ativista, preocupada. “Existem muitos municípios
desassistidos, e isso traz um prejuízo grande à mulher”.
A
vereadora de Juazeiro do Norte, Jacqueline Gouveia, afirma que está muito feliz
com a concretização do projeto que dá cidadania juazeirense à Maria da Penha.
“Sou muito fã dela, o seu trabalho me inspira, sei que é uma luta árdua”,
afirma a vereadora.
“É
muito difícil acabar com a violência. Infelizmente, no ano passado tivemos um
crescimento no feminicídio, mas se isso já acontece com a Lei imagina sem ela.
Se a Lei existe, ela tem de ser divulgada”, diz Jacqueline, completando, “a lei
não existe para prender os homens, e sim os agressores”.
Ciclo da
violência
Maria
da Penha explica que, em muitos casos, ocorre o “ciclo da violência” com as
mulheres agredidas. “Elas querem denunciar mas se arrependem, acreditam quando
o agressor diz que não vai mais fazer aquilo. Em algum momento as agressões
voltam e essa mulher pode ser assassinada”, alerta Maria da Penha quanto à
importância do encorajamento à denúncia pois, em muitos casos, as violências
podem culminar no feminicídio.
(Fonte:
Site Badalo)
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