FOTO: Thiago Gadelha |
O
preço da gasolina nas refinarias da estatal subirá R$ 0,0223 por litro,
passando a custar, em média, R$ 1,6455 por litro. Desde que a série atual de
aumentos foi iniciada, a alta acumulada é de 4,9%.
No
caso do diesel, a alta é de R$ 0,0525 por litro. O preço médio do combustível
nas refinarias passou de R$ 2,0962 para R$ 2,1487 por litro.
O
repasse às bombas depende de políticas comerciais de distribuidoras e postos. O
valor de venda nas refinarias da Petrobras equivale a 28% do preço final da
gasolina e 53% do preço final do diesel - o restante são impostos e margens de
lucro.
Os
reajustes foram anunciados após recuperação das cotações internacionais do
petróleo. Na quarta (4), o barril do tipo Brent, negociado em Londres, subiu
4,19%, para US$ 60,70 (cerca de R$ 254, pela cotação atual).
Na
semana passada, diante de temores sobre os efeitos da guerra comercial entre
Estados Unidos e China, as cotações chegaram a bater a casa dos US$ 57, mas com
dólar mais caro.
Desde
2017, a Petrobras se compromete a seguir
as cotações internacionais dos combustíveis, usando um conceito
conhecido como paridade de importação - que soma as cotações internacionais e
os custos para colocar os produtos no mercado brasileiro.
Nas
últimas semanas, porém, importadores de combustíveis acusavam a empresa de
vender gasolina bem abaixo das cotações internacionais, mantendo práticas
anticompetitivas mesmo após acordo com o Conselho Administrativo de Direito
Econômico (Cade) para suspender investigações por abuso de poder de
mercado.
No
dia 26 de agosto, segundo dados do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE),
a gasolina vendida pela Petrobras estava R$ 0,43 por litro abaixo da paridade
de importação.
Três
dias depois, a empresa reajustou a gasolina em 3,5%.
O
acordo com o Cade arquivou denúncia feita pela Abicom (Associação Brasileira
das Importadoras de Combustíveis) sobre práticas anticoncorrenciais da estatal
para dificultar a atuação de importadoras privadas. A associação chegou a
recorrer ao para suspender o acordo, mas não obteve sucesso.
A
Petrobras diz que os reajustes nos preços da gasolina e do diesel refletem as
variações das cotações internacionais dos produtos e do câmbio, considerando
também o nível de participação no mercado previsto em sua política de preços.
"Ressalta-se
que o preço de paridade de importação não é um valor absoluto, único e
percebido da mesma maneira por todos os agentes", afirmou a empresa, na
semana passada, citando que as duas principais agências de informação do setor,
a S&P Global Platts e a Argus, também têm valores diferentes.
Os
caminhoneiros também serão impactados pelo reajuste no preço da gasolina. Na
quarta-feira, a categoria fez manifestações pontuais em estradas de pelo menos
dois estados do país, segundo informações da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e
das concessionárias das vias.
Os
caminhoneiros protestaram pela manutenção da tabela do frete. A
constitucionalidade da criação dos preços mínimos do transporte rodoviário
seria discutida nesta quarta-feira pelo STF (Supremo Tribunal Federal), mas o
presidente da Corte, Dias Toffoli, decidiu retirar a pauta do plenário e o
julgamento foi adiado.
(Folhapress)
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