FOTO: Wesley Lima
As ruas que cercam a Igreja Matriz de Juazeiro do Norte são conhecidas dos romeiros por aglomerarem muitos produtos para venda, como panelas, redes, camisas, imagens de santos e terços. Em meio a Romaria de Nossa Senhora das Dores, que acontece até este domingo (15), alguns comerciantes que trabalham de forma ambulante com esses e outros produtos reclamam de restrições feitas pela Prefeitura.

Dona Raimunda Luiza, que trabalha vendendo nas romarias há 31 anos, conta que alguns fiscais da Prefeitura pediram para ela retirar sua mercadoria, um isopor de água mineral, das imediações da Rua da Matriz, na calçada do sesc. “Vim ganhar meu pão de cada dia eles pedem pra eu não vender aqui”. Ela afirma que vendia também panelas e outros produtos, mas que também foi impedida.

As restrições vieram a partir de uma tentativa da Secretaria de Meio Ambiente e Serviços Públicos (SEMASP) de organizar o espaço onde tem grande aglomeração de romeiros. Paulo Menezes, diretor de fiscalização da Prefeitura Municipal, diz que o objetivo da ação é fazer com que o artigo 55 do município, que trata de organização nas romarias, seja cumprido. “Estamos trabalhando 24 horas com 30 fiscais”, diz ele, completando que as esquipes são divididas em três turnos para fiscalizar os locais onde há comerciantes.

Já Maria Angélica vendia estojos, água de coco e água mineral diz que este ano só foi permitida de vender água. “Nem mais água de coco eu posso vender”, diz ela que comercializa em seu isopor na calçada do Sesc, na rua São Pedro.

Dona Mania Belisário, que vende tapetes e enfeites ao lado de Angélica, disse que também pediram para ela retirar seus produtos do local. “Pedi ‘pelo amor de Deus’ para me deixarem vender, pois preciso comprar meu remédio”, diz ela.

Francineide Vitor, vendedora ambulante de bombons, diz que trabalha há mais de 20 anos em romarias e há alguns anos enfrenta dificuldades. “Foi bom querer organizar, mas essa organização é falha, só deixaram por aqui bancas de bombom e água depois de muito questionamento”, diz ela, que também comercializa na calçada do Sesc. “A gente só quer mesmo é trabalhar”.

Ela também conta que alguns romeiros questionaram a distância que as barracas estão em relação ao palco de apresentações artísticas para os visitantes. “Me perguntaram porque a gente está tão longe, é muito incômodo sair do lado do palco, atravessar a rua e vir até aqui comprar uma água, um bombom”.

Entre os comerciantes, além de reclamações quando a mudança de local, retirada e cobranças indevidas, alguns ainda falam de destrato sofrido nas abordagens de alguns fiscais.

Paulo Menezes afirma que “todos estão autorizados a trabalhar, porém de maneira regular. Está sendo feito o cadastro pra quem está de maneira irregular, ninguém está impedido de trabalhar, estamos apenas ordenando o espaço público”, afirma o diretor de fiscalização.

Quanto aos vendedores de bombons, Paulo afirma que a fiscalização está ordená-los, junto dos pipoqueiros, para ficarem encostados à Basílica. “Não é justo a gente autorizar outras atividades [no local]”, diz ele justificando que “se há um espaço específico para alumínio e confecção que ocupam muito espaço, não tem por quê ocupar as calçadas”, completando que o local destinado às bancas desses produtos foi a imediação do centro de apoio ao romeiro. Já para a venda de água mineral, o diretor afirma que há um local ao lado da Basílica delimitado para a comercialização. “Geralmente essas pessoas que reclamam querem colocar em local não autorizado”, completa.

(Fonte: Site Badalo)

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