O
presidente da República, Jair Bolsonaro, indicou que pode apoiar a proposta de
flexibilizar o 'Teto de Gastos' como defendem militares e integrantes da Casa
Civil. Bolsonaro afirmou que a questão é "matemática", mas não deixou
claro o que pretende fazer efetivamente. "Eu vou ter que cortar a luz de
todos os quartéis do Brasil, por exemplo, se nada for feito", disse o
presidente ao ser questionado se o governo vai tomar alguma iniciativa para
mudar o Teto de Gastos. Ele falou com a imprensa na saída do Palácio da
Alvorada na manhã desta quarta-feira, 4.
Bolsonaro
relembrou, ainda, que dentro do Orçamento há despesas obrigatórias, e que elas
"estão subindo". "Acho que daqui a dois ou três anos vão zerar
as despesas discricionárias (gastos de custeio e investimentos). É isso? Isso é
uma questão de matemática, nem preciso responder para você, isso é
matemática", reagiu ao ser indagado por um jornalista se vai apoiar algum
tipo de flexibilização do Teto.
Aprovado
durante o governo do ex-presidente Michel Temer, o Teto de Gastos é um
instrumento que limita o crescimento das despesas do Orçamento à inflação. A
possibilidade de alterar a norma divide as alas política e econômica do
governo.
Como
mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a
preocupação com o aperto fiscal no grupo político e militar ao redor do
presidente cresceu porque, mesmo que o governo consiga ampliar a arrecadação e
reduzir o rombo das contas públicas nos próximos anos, o Teto de Gastos
apertado e o avanço das despesas obrigatórias (como o pagamento de salários e
aposentadorias) reduzirão o espaço para investimentos em obras e programas do
governo, dificultando a estratégia do presidente de deixar a sua marca. (Estadão)
Postar um comentário