Hospital Maternidade São Vicente de Paulo atende à região
com 1,5 milhão de habitantes. FOTO: Antonio Rodrigues
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Com
sorriso estampado no rosto, a dona de casa Edineia Pereira, 43, não esconde a
felicidade de entrar no Hospital Maternidade São Vicente de Paulo (HMSVP), em
Barbalha. Depois de vencer um câncer, descoberto em 2016, ela joga o cabelo ao
vento com orgulho. Em remissão, visita a unidade de saúde apenas para revisão e
para buscar medicamentos. Porém, nos últimos três anos, viveu "um momento
de pavor", como ela mesma descreve, viajando com frequência de Brejo
Santo, onde mora, até a terra dos Verdes Canaviais para se tratar.
Criado
há 18 anos, o Centro de Oncologia do HMSVP é referência para 45 municípios,
que, somados, concentram 1,5 milhão de habitantes, nas regiões do Cariri e
Centro-Sul. Isso evitou que muitas pessoas como Edineia viajassem até Fortaleza
para se tratar. "Em novembro de 2016, procurei o hospital. Em questão de
dois meses, já estava fazendo a cirurgia. Graças a Deus, aqui consegui tudo bem
rápido", descreve a dona de casa.
A
unidade de saúde também é importante para Maria Auxiliadora Lira, de Juazeiro
do Norte. A dona de casa está no início do tratamento contra o câncer de mama.
"Tenho muita fé em Deus que vou vencer essa batalha", acredita.
Ampliação
Para
ampliar ainda mais o atendimento, o Centro de Oncologia de Barbalha aumentou de
15 para 25 o número de leitos para o serviço de quimioterapia, além de adquirir
cinco poltronas para hemotransfusão. A expansão acontece também na
radioterapia, com a chegada de um novo acelerador linear, fruto de um projeto
do Ministério da Saúde, que está funcionando há três meses, após aprovação da
Comissão Nacional de Energia Nuclear.
Nos
últimos 11 anos, o número de consultas mensais mais que dobrou. Em 2008 eram
cerca de 956 atendimentos. Neste ano o número já ultrapassa 2 mil. A
radioterapia, que atendia 38 pacientes mensais há uma década, hoje beneficia
58. Na quimioterapia, o crescimento é maior: passou de 659 para 1.442
pacientes.
De
janeiro a agosto deste ano, o hospital realizou 578 cirurgias oncológicas, de
um total previsto de 650 até o fim de 2019. Segundo o assessor administrativo
do Hospital, Amilcar de Sá Barreto, tem-se percebido um aumento nos casos de
câncer. "Maior triagem e marcações de consultas crescendo", pondera.
Apesar
da melhoria estrutura física do Centro de Oncologia, a equipe se preocupa em
cumprir a Lei nº 12.732/2012, que determina que, após a identificação da
patologia, a unidade tem até 60 dias para iniciar o tratamento. "A parte
estrutural está bem dimensionada para o momento e para os próximos anos. Hoje,
a gente já está começando a atrasar o início tratamento um pouco. É importante
que haja uma ação política que incorpore novos recursos e atenda à demanda da
região", diz.
(Diário do Nordeste)
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