Uma das fotos enviadas pelo suspeito mostra as
supostas mercadorias destinadas para doação
Um homem tentou dar um golpe em funcionários da basílica de Juazeiro do Norte. Ele ligou para a administração do templo afirmando ser delegado da Receita Federal e possuir uma carga de mercadorias apreendidas para doação. Para enviar o material, entretanto, precisaria do pagamento de valores para custear despesas do transporte. A quantia pedida era de R$ 3 mil.

O suspeito ofereceu celulares, brinquedos, eletrodomésticos, instrumentos musicais e computadores. Para tentar comprovar a veracidade da mercadoria, enviava fotos por meio do WhatsApp.

Em áudio obtido pela reportagem, o homem pede a transferência da quantia, supostamente destinada à alimentação do motorista e ao transporte da mercadoria. “Eu enviei algumas fotos da doação para o senhor ter ideia. Faz o TED e me manda o comprovante já do TED, tá? Por gentileza, me manda CNPJ, endereço, localização, o bairro e tudo aí do Santuário”, falava na mensagem de voz.

Rodrigo Viana, administrador da Basílica de Nossa Senhora das Dores, desconfiou das mensagens pela quantidade de mercadorias oferecidas pelo suposto delegado, cerca de dez contêineres. Ao perceber a possibilidade de golpe, imediatamente a basílica informou à Receita Federal e também às outras paróquias do Cariri.

Conforme o delegado da Receita Federal em Juazeiro do Norte, Marcos Alexandre Lucena, embora o órgão destine, com certa frequência, produtos apreendidos para entidades sociais para ajudar no seu funcionamento, jamais solicita pagamento de frete. “A mercadoria é disponibilizada e cabe à instituição ir buscar no depósito”, alerta.

Os produtos apreendidos, objeto dos crimes de contrabando ou descaminho, podem ser destruídos, leiloadas ou ainda doadas pelo fisco quando se tratar de requerimento em processo administrativo efetuado por outros órgãos públicos ou organizações da sociedade civil, elencadas na Lei 13.019, de 31 de julho de 2014.                    (G1 CE)

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